Rio - O abastecimento dos postos de gasolina no município do Rio de Janeiro será normal durante o feriado de Corpus Christi e o final de semana. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), durante esses períodos o reabastecimento costuma ser reduzido devido à baixa demanda da população, o que não ocorrerá desta vez.
O sindicato ainda afirma que não há falta de combustível na cidade e as distribuidoras estão reabastecendo constantemente os postos do município. Além disso, há um bom estoque, em parte como resultado da recente paralisação causada pela greve dos caminhoneiros. Alguns caminhões ainda estão precisando ser escoltados, o que reduz um pouco a velocidade do serviço. Postos mais distantes dos centros de distribuição podem levar um pouco mais de tempo para receber os combustíveis, mas serão reabastecidos.
Os postos que possuem caminhões próprios, os chamados FOB (Free on board), estão indo pegar o seu abastecimento. Diferentemente dos caminhões das distribuidoras, que só podem mandar uma quantidade mínima de combustíveis para cada posto, os caminhões FOB tem autorização de pegar o necessário para o abastecimento total do ponto de venda, o que ajuda na manutenção da situação na cidade.
O Sindcomb ainda ressaltou que, neste momento, é importante que a população não abasteça sem necessidade. As constantes idas aos postos para "encher o tanque" é um fator importante para causar a falta de combustíveis nos pontos de venda.
"O carioca está alarmado. Há um medo constante de desabastecimento, mas isso não vai ocorrer. As distribuidoras estão mandando combustível normalmente para os postos do município e o que causa a falta desse produto, são, em primeiro lugar, as longas filas para encher o tanque mesmo quando não há necessidade", disse a porta-voz do Sindicato, Kátia Perelberg.
O último número divulgado indica que 20% dos postos do município foram reabastecidos até a tarde desta terça-feira. No entanto, a expectativa é que esse valor tenha crescido, já que o abastecimento foi mantido durante a noite e na manhã desta quarta-feira.
Interior
Segundo o sindicato dos donos de postos (Sindestado-RJ), no interior fluminense, 50% dos postos já receberam pelo menos um carregamento de combustíveis, com volume entre 5 mil e 10 mil litros. Segundo a nota enviada pela assessoria de imprensa, essa quantidade é pequena e acaba rapidamente.
“O quadro geral de abastecimento no Estado não está melhor devido à persistência de barreiras de manifestantes junto aos trechos estratégicos do sistema rodoviário, com inúmeros relatos de motoristas ameaçados e carretas apedrejadas”, diz o sindicato, informando que solicitou ontem atuação policial para liberar a passagem nas barreiras existentes na altura de Magé, em Barra Mansa, Maricá e São Pedro da Aldeia, além do trecho Macuco-Cordeiro.
“Caso os protestos dos caminhoneiros sejam contidos, e o movimento dos petroleiros não avance, a normalidade nos postos poderá estar restabelecida em até sete dias”, acredita o Sindestado-RJ.
Alimentação
A Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ) informou que na manhã de hoje chegaram 450 caminhões com itens diversos, sendo 183 destinados para o pavilhão que atende os agricultores do Rio de Janeiro, onde o movimento já está praticamente normalizado.
Segundo a Gerência de Mercado, cerca de 80% das lojas abriram hoje, mas faltam alguns produtos como cebola, beterraba, cenoura, banana e abacaxi. Por volta das 11h a Ceasa recebeu 300 sacos de batata e laranja, vindos de Minas Gerais e São Paulo e até o final do dia está prevista a chegada de mais caminhões.
Antes do início da greve, na quarta-feiram entraram na Ceasa 850 caminhões e na quarta-feira passada foram 245.
Prejuízo nas empresas
Por outro lado, entidades do setor produtivo divulgaram nota na qual expressam preocupação com os prejuízos provocados pela paralisação dos caminhoneiros. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro e (ADERJ), Associação de Supermercadistas do Rio de Janeiro (Asserj) e Sindicato de Bares e Restaurantes do Município do Rio de Janeiro (SindRio), há preocupação com o pagamento dos salários.“
É grande a preocupação das empresas do Rio de Janeiro com a possibilidade do não pagamento dos salários em junho e de colapso da produção em virtude da interrupção do fluxo de mercadorias. O fato causou drástica redução dos negócios em todos os setores”, diz a nota. Na segunda-feira (28), a Firjan apontou que a perda do setor industrial com a greve dos caminhoneiros foi calculada em R$ 77 milhões.
Com isso, as entidades pedem a adoção de duas medidas que consideram imprescindíveis e emergenciais. Primeiro, o adiamento do recolhimento de impostos federais, estaduais e municipais pelo período de um mês; e, em segundo, a prorrogação da validade de notas fiscais para evitar multas, já que “muitas estão vencidas nos caminhões retidos”.