Rio - Formada há 42 anos, a Charanga do Fubá, de Volta Redonda, no Sul do estado, que acompanha o Voltaço Série C do Campeonato Brasileiro de Futebol, é a única do interior do estado em atividade atualmente. Com apoios isolados, da Associação dos Aposentados do município e um laboratório de diagnósticos, a bandinha, formada por cinco aposentados, sob o comando de Flávio Braga, o Fubá, de 69 anos, é atração garantida nos estádios.
“Mesmo nos jogos sem gol ou com confusão, o torcedor não sai triste das arquibancadas”, garante Fubá, uma espécie de maestro do grupo, constituído por Cláudio da Silva, de 83 anos (trombone de vara); José Luiz Vieira, 63 (trombone); Jeremias Cesário, 65 (clarinete); Elias de Almeida, 60 (saxofone); Luiz Ribeiro, 67 (bateria) e Nilton do Carmo, 65 (tantã).
Juntos, os velhinhos passam os 90 minutos tocando músicas populares, principalmente marchinhas de carnaval. “Nossa missão é transformar em festa o clima entre os torcedores, seja qual for a circunstância do jogo, o adversário ou o placar”, afirma Fubá, que no último domingo viu seu time do coração perder em casa, no Estádio Raulino de Oliveira, para o Tupi de Juiz de Fora (MG), que fez dois gols nos quatro minutos de acréscimo, e virou o jogo para 3 a 2. “Há 35 anos somos movidos por paixão. Se perdermos hoje, ganhamos amanhã”, ensina Cláudio, o mais velho da charanga.
“Eles são a nossa alma, nosso maior incentivo nas partidas. Vou ao estádio para torcer pelo time, mas também para admirar essa relíquia que, orgulhosamente, nossa cidade ainda mantém”, afirma o contador Maurílio da Conceição Almeida, de 54 anos. “O bom astral que a charanga passa nos estádios, contagia até mesmo torcedores adversários. Ninguém consegue ficar sem mexer”, comenta a secretária Márcia Piedade Alves, 35, frequentadora assídua do Raulino.
