O laudo do IML constatou que o tiro que atingiu o estudante não partiu do helicóptero da polícia - Reprodução vídeo / Maré Vive
O laudo do IML constatou que o tiro que atingiu o estudante não partiu do helicóptero da políciaReprodução vídeo / Maré Vive
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Policiais civis de várias delegacias e militares das Forças Armadas realizam, desde as 9h desta quarta-feira, operação em favelas do Complexo da Maré. A ação tem o objetivo de prender os assassinos do chefe de investigação da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Ellery de Ramos Lemos, morto com tiro na cabeça, no dia 12, na Favela de Acari. Seis suspeitos morreram na ação, de acordo com a polícia, e uma grande quantidade de armas foram apreendidas. Moradores relatam, em redes sociais, intensos tiroteios na região.

Os criminosos teriam saído de Acari e buscado abrigo com comparsas da mesma facção na Maré. Dois veículos blindados e um helicóptero da Polícia Civil, além de dois tanques do Exército, dão apoio aos agentes. A ação teria começado mais tarde que o normal para evitar confrontos durante a saída de trabalhadores e estudantes de suas casas.   

A operação é comandada pelo delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), e mais de 100 agentes do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) participam, assim como a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O objetivo é cumprir mandados de prisão e também apreender armas e drogas. Dois helicópteros água e seis blindados são usados na ação.

Segundo a página Maré Vive, helicópteros da Polícia Civil sobrevoam a região e estariam dando tiro para baixo a esmo. Um vídeo com a ação foi postado. "Galera, o blindado voador vai e volta. Continuam dando tiros do alto e cada vez mais estamos em perigo. Atenção redobrada! Mesmo nos momentos de aparente calmaria", alertou. Moradores compartilharam marcas de tiros no asfalto de uma das comunidades. 

Procurada, a Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre a operação. O Comando Militar do Leste (CML) informou que o Exército apoia apenas logisticamente, com dois veículos blindados realizando o transporte em segurança dos agentes até os pontos assinalados por eles, como parte da ação. O DIA também entrou em contato com a Secretaria de Segurança para falar sobre a operação, mas o órgão ainda não se pronunciou.  

Em redes sociais, circulam vídeo e fotos que teriam sido registrados no interior da Escola Municipal Paulo Freire, na Avenida do Canal, Maré. Nas imagens, crianças e professores buscam abrigo em corredores e deitados no chão.

Marcas de tiros no chão. Moradores denunciam que helicópteros da Polícia Civil atiraram para baixo nas comunidades da Maré - Divulgação

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