Rio - Com 109 dias de atuação, o Gabinete de Intervenção Federal (GIF) ainda não utilizou um centavo sequer do R$ 1,2 bilhão destinado pelo governo federal em março ao Rio para restruturação da segurança. Atualmente, cerca de 70 licitações da Polícia Militar, 115 da Polícia Civil, 50 do Corpo dos Bombeiros e 50 da Secretaria de Administração Penitenciária esperam pela liberação da verba.
A explicação para a demora é o formato das licitações e a necessidade da criação de cargos para a intervenção que deverão consumir em um ano R$ 11 milhões em salários. Somente com a recém-inaugurada Secretaria de Administração da Intervenção, que funciona desde o dia 22 de maio e tem como função analisar as licitações solicitadas, foram criados 67 postos, sendo 38 comissionados em cargos de diretores e assessores. Os militares ainda recebem gratificação de 2% do soldo por dia de trabalho.
Devido à crise estadual, quando a intervenção federal no Rio foi decretada, em 19 de fevereiro, centenas de licitações consideradas urgentes pelas instituições de segurança estavam prontas. No entanto, todas tiveram que ser reformuladas e refeitas devido à burocracia. Elas estavam no padrão das leis estaduais e tiveram que ser adequadas para os critérios exigidos para as licitações federais. Somente a Polícia Militar possuía um especialista dentro da corporação que tinha esse conhecimento, o que demorou a entrega das novas licitações. Agora, já prontas, elas começaram a ser analisadas.
"São pedidos para compras de motos, que dão agilidade no policiamento ostensivo, por exemplo e estão sucateadas. Pneus, armas, armas não-letais, capacetes, uniformes, impressoras, telefones, papel", afirmou um oficial da PM sobre as licitações solicitadas. A corporação não necessita de coletes balísticos, já que muitos foram comprados durante a Rio 2016. No entanto, é exatamente esse componente que o GIF priorizou pois assim poderia comprar em lotes e distribuir para toda a estrutura de segurança. Outras compras em lote que poderiam beneficiar todas as instituições seriam scanners, tvs de circuito interno e equipamentos logísticos.
Em nota, o GIF afirmou que "Com a liberação orçamentária de R$ 1,2 bilhão pela Casa Civil do Governo Federal, o Gabinete de Intervenção Federal lista as prioridades, sem tirar o foco da valorização das forças de segurança." E, enumerou as prioridades da da Secretaria de Administração: "Logística incluindo transporte, armamento e equipamento tecnologia e inteligência são áreas destacadas pela equipe da recém-criada Secretaria de Administração do Gabinete de Intervenção Federal. A pasta visa gerenciar, planejar e realizar ações referentes às questões orçamentária e financeira da Intervenção Federal."
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