A crise causa sucateamento das delegacias. Cartaz na 5ª DP, no Centro, avisa que banheiro está interditado. Elevador e câmera na entrada do prédio não funcionamGUSTAVO RIBEIRO
Por Bruna Fantti e Gustavo Ribeiro
Publicado 07/06/2018 03:00 | Atualizado 07/06/2018 12:12

Rio - Com 109 dias de atuação, o Gabinete de Intervenção Federal (GIF) ainda não utilizou um centavo sequer do R$ 1,2 bilhão destinado pelo governo federal em março ao Rio para restruturação da segurança. Atualmente, cerca de 70 licitações da Polícia Militar, 115 da Polícia Civil, 50 do Corpo dos Bombeiros e 50 da Secretaria de Administração Penitenciária esperam pela liberação da verba.

A explicação para a demora é o formato das licitações e a necessidade da criação de cargos para a intervenção que deverão consumir em um ano R$ 11 milhões em salários. Somente com a recém-inaugurada Secretaria de Administração da Intervenção, que funciona desde o dia 22 de maio e tem como função analisar as licitações solicitadas, foram criados 67 postos, sendo 38 comissionados em cargos de diretores e assessores. Os militares ainda recebem gratificação de 2% do soldo por dia de trabalho.

Devido à crise estadual, quando a intervenção federal no Rio foi decretada, em 19 de fevereiro, centenas de licitações consideradas urgentes pelas instituições de segurança estavam prontas. No entanto, todas tiveram que ser reformuladas e refeitas devido à burocracia. Elas estavam no padrão das leis estaduais e tiveram que ser adequadas para os critérios exigidos para as licitações federais. Somente a Polícia Militar possuía um especialista dentro da corporação que tinha esse conhecimento, o que demorou a entrega das novas licitações. Agora, já prontas, elas começaram a ser analisadas.

"São pedidos para compras de motos, que dão agilidade no policiamento ostensivo, por exemplo e estão sucateadas. Pneus, armas, armas não-letais, capacetes, uniformes, impressoras, telefones, papel", afirmou um oficial da PM sobre as licitações solicitadas. A corporação não necessita de coletes balísticos, já que muitos foram comprados durante a Rio 2016. No entanto, é exatamente esse componente que o GIF priorizou pois assim poderia comprar em lotes e distribuir para toda a estrutura de segurança. Outras compras em lote que poderiam beneficiar todas as instituições seriam scanners, tvs de circuito interno e equipamentos logísticos.

Em nota, o GIF afirmou que "Com a liberação orçamentária de R$ 1,2 bilhão pela Casa Civil do Governo Federal, o Gabinete de Intervenção Federal lista as prioridades, sem tirar o foco da valorização das forças de segurança." E, enumerou as prioridades da da Secretaria de Administração: "Logística incluindo transporte, armamento e equipamento tecnologia e inteligência são áreas destacadas pela equipe da recém-criada Secretaria de Administração do Gabinete de Intervenção Federal. A pasta visa gerenciar, planejar e realizar ações referentes às questões orçamentária e financeira da Intervenção Federal."

PENÚRIA PREJUDICA INVESTIGAÇÕES
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Sargento do Exército é morto a tiro em seu carro na Vila Kosmos
Um militar do Exército foi assassinado na manhã de ontem em Vila Kosmos, na Zona Norte do Rio. O terceiro sargento Leandro dos Reis Aguiar, de 25 anos, foi encontrado morto dentro de seu carro, que tinha pelo menos 10 marcas de tiros, próximo ao Conjunto Ipase.
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Segundo testemunhas, o crime ocorreu no momento em que o sargento saía para trabalhar. Ainda não há confirmação sobre se a motivação foi uma execução ou tentativa de assalto.
Agentes da DH-Capital fizeram perícia no local e o corpo, com um tiro no maxilar, foi encaminhando para o Instituto Médico Legal, no Centro. Um vídeo gravado por câmeras de uma rua, obtido pelo site G1, mostrou o momento em que o carro utilizado pelos criminosos enguiçou e pelo menos dois homens saíram para empurrar o veículo, por volta das 7h30. Após tentativas de fazer o carro funcionar, eles desistiram e entraram a pé em um beco para a rua principal do bairro Vila Kosmos. Digitais e munições foram recolhidas pela Polícia Civil no carro. Os agentes realizam diligências em busca de possíveis testemunhas e imagens de câmeras de segurança.
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Leandro era terceiro sargento e músico, servia na Vila Militar e não participava das operações do Gabinete de Intervenção Federal. Antes de ingressar no Exército, o jovem havia servido à Marinha como fuzileiro. Ele deixa mulher e filha. Em sua página no Facebook houve uma grande comoção, com muitas mensagens de apoio à família. O Comando Militar do Leste afirmou que presta apoio aos familiares.
O Portal dos Procurados divulgou um cartaz com recompensa de R$ 5 mil por informações que possam esclarecer o assassinato do sargento. O Portal pede para quem informações a respeito da identificação e localização dos assassinos sejam denunciadas pelos seguintes canais: WhatsApp ou Telegram (98849-6099); pelo Facebook/ inbox (www.facebook.com/procurados.org/), pelo atendimento do Disque-Denúncia (2253-1177) ou pelo aplicativo. O anonimato é garantido.
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