General Braga Netto, interventor na Segurança Pública do Rio, falando sobre os quatro meses de intervenção Severino Silva
Por RAFAEL NASCIMENTO
Publicado 13/06/2018 12:38 | Atualizado 13/06/2018 15:06

Rio - Nove mil policiais deixarão as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para voltar aos batalhões, de acordo com o subchefe do Gabinete de Intervenção Federal, o general Paulo Roberto Rodrigues Pimentel. A declaração do oficial foi dada durante um seminário para debater a intervenção no estado nesta quarta-feira, na Associação Comercial do Rio (ACRJ), no Centro da cidade. "A urgência é a recomposição do efetivo, com o realinhamento da UPP", afirma o subchefe. 

Segundo fontes, as próximas unidades que chegarão ao fim são as UPPs do Complexo do Alemão e Providência. O Rio ainda não utilizou o R$ 1,2 bilhão disponibilizado pelo governo federal nos quase quatro meses de intervenção.

"O que a gente está terminando é aquela burocracia de aquisições pela Lei 8.666 (que regula as licitações)", diz o general Pimentel. De acordo com ele, entre os materiais que serão comprados estão coletes, viaturas, armamento, além de um helicóptero para a Polícia Civil. "A intervenção está andando bem, em breve o material que estamos comprando vai chegar", completa.

Para o subchefe, o saldo da intervenção é positivo até aqui. "Estamos fazendo nossa parte, mas a população tem que fazer a sua parte através de denúncias", afirma. "Transformar a polícia é importante, mas o mais importante ainda é transformar a sociedade."

Ainda de acordo com o general, o gabinete já trabalha com um plano para o próximo governo. "O foco é um plano transição para o próximo governo", diz. 

A intervenção foi decretada em 16 de fevereiro pelo presidente Michel Temer com prazo para durar pouco mais de 10 meses, até dezembro deste ano.

Para Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes e responsável pelo Observatório da Intervenção, as Forças de Segurança têm que ser a favor da legalidade. "Não pode deixar que acontecer o que aconteceu na Rocinha, por exemplo", declara. 

Segundo a pesquisadora, um estudo feito pelo Datafolha na segunda semana de intervenção mostrou que  92% têm medo de bala perdida e 30% da população já esteve no meio de um fogo cruzado.

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