Rio - A mãe de Angie Victoria Moreira Britto, de 17 anos, que está desaparecida desde as 18h de terça-feira, fez um vídeo em seu perfil no Facebook para pedir ajuda para localizar a filha (assista abaixo). Em uma gravação de mais de 15 minutos, Lenne Moreira, que tem 49 anos e é advogada e cantora gospel, faz um desabafo, bastante emocionado, do relacionamento com a adolescente.
"Ela já tinha tentado cortar os pulsos em casa", conta, ao falar do tratamento que a jovem vinha passando para encarar o Transtorno de Borderline (caracterizado por um padrão de instabilidade contínua no humor).
Ao cogitar o paradeiro de Angie, Lenne diz acreditar que alguém esteja a ajudando a se esconder. "Provavelmente um amigo ou amigo dela. Mas são hipóteses", conta, ao DIA.
Angie foi vista pela última vez pelas câmeras de segurança do condomínio onde mora, na Curicica, andando em direção à estação Pedro Correia do BRT Transcarioca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. A jovem usava camisa verde larga, calça jeans dobrada até os joelhos e tênis preto.
Na postagem na rede social, Lenne relembra conflitos recentes com a adolescente que completou 17 anos no último 1º de junho. "Muitas coisas aconteciam e a gente não entendia. Entendia com uma crise de adolescência, que vinha estudando muito bem e, de repente, começa a confrontar com a mãe e quer uma liberdade", relembra.
A advogada levou um tempo até se dar conta da doença de Angie. "Via minha filha se isolando no segundo andar (da casa), cada vez se cuidando menos, cada vez mais agressiva e o rendimento na escola, que era excelente, caindo e eu sem entender muita coisa. Mas vi que a depressão estava presente", conta, dizendo que a adolescente chegou a não querer mais sair de casa, dormia muito e passava o dia e a noite usando o celular.
Lenne conta que a filha chegou a morar com o pai por um tempo, mas voltou para casa após quase ter sido morta em um assalto. Depois de muito relutar, resolveu encarar a doença de Angie de frente. A opção de interná-la surgiu como a mais viável para o quadro da filha. "Ela já estava com automutilação, com as pernas cortadas. Por mais que doesse ter que internar a minha filha, eu sabia que se eu a mantivesse em casa, correria o risco de perdê-la", diz, contando que a adolescente ficou internada de novembro do ano passado a março deste ano.
A volta da filha para casa teria sido muito boa até que a advogada diz que a jovem estava criando perfis falsos na Internet para se comunicar com pessoas que ela não queria. Nesta terça, então, Lenne soube pela filha mais nova que Angie tinha fugido de casa. "Até então, eu não parei. Passei pelos bares da (Rua) Olegário Maciel, correndo risco, passei pela Praia da Barra, mas já estava muito perigoso", relembra, pedindo ajuda de seus seguidores para encontrar a adolescente.
Cartaz
O Disque Denúncia divulgou nesta quinta um cartaz pedindo informações para encontrar Angie. A entidade avisa que qualquer informação que receber irá encaminhar para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), responsável por investigar o caso.