William é recruta da MarinhaArquivo Pessoal
Por Raimundo Aquino

Rio - Desde a quarta-feira, Amanda Carvalho, de 34 anos, não tem conseguido dormir e vê sua rotina entre delegacias de polícia e o 1º Distrito Naval, no Centro do Rio. Tudo para ter pistas sobre o paradeiro do filho, o recruta da Marinha William Costa de Carvalho, 19 anos, que está desaparecido desde então. "A última vez que eu o vi foi na terça de manhã, por volta das 8h. Fui para a faculdade e ele estava se arrumando, dizendo que ia para o quartel", lembra a editoria de vídeo.

O filho deveria cumprir uma jornada de 12 horas de plantão e retornar à residência da família, no Complexo da Maré, na Zona Norte, na quarta. "À noite, quando cheguei do trabalho, dei por falta dele e fui procurá-lo. Comecei ligando para o quartel para ver se ele estava lá por algum motivo", conta.

O que ela não sabia até então é que o filho não dava as caras por lá há pelo menos uma semana. "Só fui lá na quinta de manhã e aí me falaram falaram que desde o dia quatro ele não estava indo", ela diz, afirmando que ficou "doida" ao receber a notícia.

Amanda (à esquerda) e o filhoArquivo Pessoal

De estranho até então, Amanda só se lembrou do comportamento de William na semana anterior. As jornadas dele no quartel que deveriam durar 12 horas estavam reduzidas e a editora estranhou o filho indo e retornando para casa diariamente, o que não era comum em sua escala. "Quando chegou mais para o fim da semana, comecei a apertá-lo para saber por que ele estava voltando todo dia, por que estava com uma escala menor".

No primeiro momento, o recruta disse que estava fora da escala normal, porque estaria fazendo um trabalho com obra no quartel. Quando ela o questionou novamente, o jovem não gostou de ser pressionado. "Pedi para ele me trazer a escala. A gente discutiu e ele disse que não tinha que me dar satisfação da vida dele".

Mulheres

O recruta está desaparecido desde a última terçaArquivo Pessoal

Amanda conta que as discussões com o filho eram raras e não percebeu nenhuma mudança no comportamento dele. O recruta saiu de casa só com a roupa do corpo, deixando o celular desligado. O que ela descobriu nessas idas e vindas desde então é que ele pode ter sumido por causa de alguma mulher mais velha.

"Tinha gente falando que o desaparecimento dele podia ser por causa de mulher porque ele estava andando com mulheres mais velhas que poderiam estar fazendo a cabeça dele", ela conta o que ouviu dos colegas de William.

A partir de então, a editora de vídeo começou uma caçada adicionando amigos do filho da Marinha e possíveis affairs do recruta em suas redes sociais. "Uma delas resolveu conversar comigo e falou que conheceu ele no Tinder (aplicativo de paqueras). Ela disse que ficava dando conselhos para ele, para ele não ficar indo atrás de mulher sem conhecer".

O jovem tem 19 anosArquivo Pessoal

A suspeita também foi levantada por um dos líderes de William na Marinha. Amanda conta que quando foi conversar com ele, ele rapidamente teria cogitado a mesma hipótese para o desaparecimento do recruta.

Ela e a família chegaram a ir também em hospitais procurando pelo jovem, mas até então nenhuma pista. Até que na madrugada deste sábado, Amanda recebeu um fio de esperança ao avisarem que o filho estaria no Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo. O pai da editora viajou rapidamente até a capital paulista e até a publicação desta reportagem ainda não tinha chegado lá para dar notícia sobre a suspeita.

William entrou na Marinha em junho do ano passadoArquivo Pessoal

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