Rio - Motoristas de vans anunciaram, nesta segunda-feira, uma paralisação a partir da meia noite desta terça-feira. De acordo com o Movimento em Defesa do Transporte Alternativo (MDTA), os veículos sairão de vários pontos da cidade em direção a Câmara Municipal, na Cinelândia, onde ficarão concentrados durante a audiência pública marcada para as 9h desta terça-feira, para discutir a situação atual dos permissionários e auxiliares cadastrados.
Vitor de Souza Rodrigues, representante do movimento, garante que nenhum veículo de transporte alternativo legalizado irá circular na cidade. "Estamos tentando contato desde o governo do Eduardo Paes. Inúmeras foram as tentativas, inclusive com o atual prefeito, mas a categoria jamais conseguiu ser recebida", afirma Rodrigues.
Segundo a entidade, além da prefeitura não ter concluído o processo de licitação, que teve início em agosto de 2016, por onde seriam emitidas 967 permissões e 828 no quadro de reserva, também, não houve ajuste de itinerário das linhas das demais regiões da cidade que vem sendo negociada desde 2013, quando teve início a implantação do Serviço de Transporte Público Local (STPL), na Zona Sul, e Jacarepaguá e região.
"Não há dúvida que o Serviço de Transportes Público Livre vive hoje um problema estrutura terrível, com linhas economicamente inviáveis e sem nenhuma utilidade para o usuário. Já estivemos em várias reuniões com representantes do governo, mas em nenhuma delas foi apresentada uma solução definitiva para o problema. Isso não pode mais continuar. Precisamos de uma resposta rápida e concreta do prefeito", disse.
O setor conta com cerca de dois mil permissões do STPL e três mil do TEC. Além de terem cadastrados para atuarem no transporte alternativo legalizado mais de 42 mil trabalhadores, entre permissionários, motoristas auxiliares e cobradores. Cada van representa uma permissão e cada permissão é composta de um permissionário, dois motoristas auxiliares e dois cobradores; além de profissionais que atuam indiretamente como fiscais de linhas, despachantes, documentarista e mecânicos, entre outros.
Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes ainda não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.
Greve dos rodoviários
No início do mês, rodoviários fizeram uma paralisação de um dia reivindicando o pagamentos de salários atrasados, 13º, férias, cestas básicas e dissídios de 2017. Dos 23 mil motoristas e cobradores, cerca de 11 mil de todos os consórcios não trabalharam, segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb). O órgão informou que cinco empresas que atendem as zonas Norte, Sul e Oeste pararam totalmente: Transportes Paranapuan, Três Amigos, Real Auto Ônibus, Viação Ideal e Transportes Barra. As demais sofreram impacto parcial.
Por conta do movimento, a circulação de linhas convencionais e dos corredores do BRT ficaram irregulares, provocando superlotação nos pontos. Além disso, alguns coletivos foram depredados por grevistas e havia piquetes nas portas das viações.