Integrantes da academia Valéria Brito fazem verdadeiro espetáculo para passageiros no ramal Japeri - DIVULGAÇÃO
Integrantes da academia Valéria Brito fazem verdadeiro espetáculo para passageiros no ramal JaperiDIVULGAÇÃO
Por O Dia

Rio - Inicialmente, pode parecer só mais um grupo pedindo dinheiro nos trens da Supervia. Mas basta a música agitada começar a tocar que o passageiro é contagiado pela dança do grupo Valéria Brito. Os 13 bailarinos da escola de Nilópolis se apresentam no ramal de Japeri desde maio, em uma performance que mistura jazz, balé clássico, dança do ventre, samba e até funk. O objetivo é arrecadar dinheiro para os dançarinos concorrerem no Festival de Joinville, em Santa Catarina, no fim do mês, como foi divulgado ontem pelo 'Informe do DIA'.

"É o terceiro ano consecutivo que participamos do Festival de Dança de Joinville, que reúne bailarinos de todo o mundo. Só que tem os gastos com avião, hospedagem e alimentação, então recorremos a esse pequeno espetáculo nos trens para custear nossa ida", contou Valéria Brito, dona da academia de dança. "Além disso, queremos levar cultura e entretenimento para os passageiros. Como diz Milton Nascimento, o verdadeiro artista vai onde o povo está".

Até agora, o grupo arrecadou R$ 5 mil nos vagões dos trens. A meta deles, no entanto, supera R$ 13 mil. "São 13 dançarinos que vão viajar sem patrocínio, com difíceis condições financeiras. Contamos com a ajuda da família e dos amigos, e claro, dos passageiros nas próximas performances no trem", explicou Valéria.

Com apenas 13 anos, e dez de carreira, a pequena bailarina Rayane Silvino vai participar pelo segundo ano da competição no Sul do país. Em 2017, ela conquistou o troféu de terceiro lugar em dança do ventre. "Acho lindo me expressar através dos movimentos. E com as apresentações nos trens podemos levar alegria para os passageiros, sinto as pessoas bem próximas, elas ficam surpresas, algumas nunca viram de perto a dança", declarou ela, que já se mostra determinada a alcançar objetivos. "Não basta sonhar, temos que buscar realizar os sonhos".

A professora Valéria esclarece que os dançarinos vão apresentar sete coreografias na competição de dança afro e dança do ventre. "Acreditamos na nossa dança e nos orgulhamos disso. Percebemos no olhar dos passageiros dos trens a alegria em assistir a apresentação. A cultura transforma vidas".

Para quem quiser tentar a sorte de encontrar os bailarinos nos vagões de trem, o grupo vai se apresentar na sexta-feira, de 11h às 15h, e domingo, a partir das 9h, sempre no ramal de Japeri.

"A gente tenta mostrar para o público o nosso melhor, recebemos muitos elogios, é gratificante", afirmou o bailarino Ivan de Aguiar, 28. Vencedor em 2016 de uma das premiações de Joinville, ele ganhou um curso de dança em Nova York, mas não conseguiu ir por falta de dinheiro. "Tento focar na competição, o quanto lutei para chegar lá".

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