Ryan Nascimento, 16 anos, foi sepultado em Ricardo de Albuquerque
 - Marcio Mercante
Ryan Nascimento, 16 anos, foi sepultado em Ricardo de Albuquerque Marcio Mercante
Por O Dia

Rio - O corpo do estudante Ryan Teixeira do Nascimento, de 16 anos, morto a tiro enquanto brincava com dois amigos em Magalhães Bastos foi enterrado na tarde desta quinta-feira, no cemitério de Ricardo de Albuquerque, em Deodoro. Cerca de 250 pessoas, entre familiares, amigos de infância e vizinhos, estiveram presentes no local enviando as últimas mensagens de carinho e também cobranças por justiça.

Ryan foi atingido por um disparo feito pelo PM Pedro Henrique Machado de Sá, que confessou informalmente a policiais ter atirado para "acabar com a algazarra". Ryan e mais dois amigos brincavam de pique esconde, no telhado do Centro Municipal de Saúde, em frente à casa do acusado, na noite de terça-feira.

Ao canto de louvores em coro, amigos estenderam um cartaz exigindo justiça pela morte do jovem. Além disso, os presentes vestiram camisas em homenagem à vítima. 'Ficam lembranças para contar como foi sua vida e restam saudades para lembrar a falta que você fará' era uma das mensagens estampadas.

Um adolescente amigo de Ryan negou qualquer desentendimento com o acusado. "Somos amigos desde os úteros de nossas mães. Não tinha rixa nenhuma, ele (o PM) que é maluco mesmo e saiu atirando do nada", afirma.

Um tio de Ryan, também PM, lamentou. "Infelizmente um colega de farda, como eu, cometeu essa barbaridade". O pai do adolescente, Alberto da Silva Nascimento, cobrou justiça. "Meu filho não vai voltar mais. Espero que ele não possa fazer isso com outra pessoa", disse. A mãe, Élida Cristina Teixeira, disse esperar que o policial pague "em terra" pela morte do filho.

A Polícia indiciou o acusado, após prisão em flagrante, por duas tentativas de homicídio e homicídio doloso. Testemunhas dizem que foram disparados seis tiros pelo agente.

A Corregedoria da PM instaurou Inquérito Militar. Na tarde desta quinta, concomitante ao enterro, uma decisão da Central de Custódia converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. A sentença também contém pedido de atendimento médico ao réu que teve princípio de infarto.

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