Rio - A antiga teoria da conspiração de que as vacinas servem para controlar a população ainda continua sendo uma barreira para a saúde. Essa informação errada, junto com outras mentiras, que ganharam ainda mais fôlego na onda de fake news (notícias falsas) pela internet, preocupa o governo com relação à adesão das vacinas: em 312 municípios, menos 50% da população está imunizada. Por precaução, nesta semana, o Ministério da Saúde lançou alerta contra a enxurrada de informações enganosas pedindo que os órgãos de saúde intensifiquem as campanhas.
O DIA reuniu sete informações falsas sobre imunização e esclareceu as dúvidas com a superintendente de Vigilância e Saúde da Prefeitura do Rio, Cristina Lemos, e o médico da Subsecretaria estadual de Vigilância e Saúde, Alexandre Chieppe. Sobre as fake news, a Fiocruz avisa: "Antes de compartilhar uma informação que possa causar pânico desnecessário e confundir, certifique-se que vem de uma fonte oficial. Saúde Pública é coisa séria". Em 2017, o Ministério da Saúde recebeu mais de 2,2 mil alertas de notícias no meio digital para serem analisadas. Este ano, até então, foram mais de mil.
A vacina é indispensável para que haja o controle de doença epidemiológica, e, devido a isso, a recomendação é que, no mínimo, 95% da população esteja vacinada. O problema é que as pessoas acabam ficando confusas com a quantidade de controvérsias nas informações, e passam a questionar a eficácia da imunização.
"Sem dúvidas, a vacina é um método seguro e eficaz de proteção contra doenças. Elas são um dos produtos que mais salvam vidas. O Brasil hoje tem um dos maiores programas de vacinação em todo mundo, e garante o acesso à um conjunto de vacinas que previnem doenças de grande impacto na saúde das pessoas. Além de garantir sua proteção, é um ato de cidadania", destacou o médico Alexandre Chieppe.
Para doenças erradicadas, o protocolo é o mesmo. Elas só deixam de circular devido à imunização social, e é por isso que a baixa cobertura vacinal é uma disfunção generalizada, pois permite que haja uma abertura para o retorno de doenças que já não estavam mais alastradas, como o caso do sarampo.
A recomendação do Ministério do Saúde sobre notícias duvidosas é que se procure embasamento científico ou peça ajuda de um profissional para sanar dúvidas. No site da instituição (portalms.saude.gov.br) estão disponíveis cartilhas de orientação sobre a imunização.
Para identificar fake news, especialistas dão algumas pistas: são notícias vagas, alarmistas, sem fontes citadas e com informações contraditórias.