A desembargadora Marília de Castro Neves se envolveu em uma polêmica sobre a morte da vereadora Marielle Franco - Reprodução Facebook
A desembargadora Marília de Castro Neves se envolveu em uma polêmica sobre a morte da vereadora Marielle FrancoReprodução Facebook
Por O Dia

Rio - A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ espera que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se manifeste e investigue a conduta da desembargadora Marília de Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, que em um post no Facebook, em defesa do Movimento Brasil Livre (MBL), exaltou a frase: "Às armas, cidadãos, formais vossos batalhões", da Revolução Francesa.

Segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a magistrada postou que a decisão do Facebook em retirar do ar páginas ligadas ao MBL, acusadas de disseminar notícias falsas, é prova de uma "ditadura comunista".

Ela também afirmou que "o empenho do governo na utilização de urnas eletrônicas, comprovadamente fraudáveis, é indício seguro que o candidato do 'sistema' vencerá as eleições". No fim, a magistrada fez referência aos franceses na Revolução de 1789 sobre as armas. Para o presidente da Comissão da OAB-RJ Marcelo Chalréo, o pronunciamento de Marília configura uma "apologia contra os poderes legitimamente constituídos".

"Quem parece consentir com comportamento antidemocrático, de manipulação da verdade pelas organizações citadas, é a Excelência. Lamentável", afirmou.

Chalréo lembrou outras falas polêmicas da desembargadora, como as da vereadora assassinada Marielle Franco que, segundo ela, "estava engajada com bandidos". "Não é de hoje que a magistrada tem opiniões extremamente preconceituosas e racistas. Espero que os órgãos de controle exerçam seu papel de fiscalização e examinem de perto o fato", acrescentou.

O CNJ já tem dois processos investigativos contra Marília, no caso de Marielle. Em abril, o Superior Tribunal de Justiça aceitou uma queixa-crime apresentada pelo deputado Jean Wyllys (PSOL) contra outra fala da magistrada. O órgão não respondeu se abrirá novo processo após a postagem recente. "É um desserviço ao judiciário brasileiro uma fala desse tipo", concluiu Chalréo.

Você pode gostar
Comentários