Rio - Um dos mais imponentes quatro faces do planeta, o relógio do prédio da Central do Brasil, no Centro do Rio, completa 75 anos em 2018. Como presente de aniversário, a 'peça' passa pela maior reforma dos últimos 25 anos. A Secretaria Estadual de Segurança Pública, responsável pelo equipamento, que se transformou em um dos cartões-postais mais queridos da cidade, não divulgou o total de investimentos nas obras, com previsão de término em setembro.
As reformas incluem reforços em câmeras e alarmes, com o objetivo de evitar atos de vandalismo, como pichações. Também incluem melhorias nos controles interno e externo, que envolvem acionamentos elétricos e motorizados; melhorias do comando geral de engrenagens, separadas em cada um dos lados; e dos painéis de controle. Além disso, o subsistema de energia ganhou baterias.
Construído pela International Business Machines (IBM), uma empresa norte-americana voltada para a área de informática, o relógio da Central ocupa, a 110 metros de altura, cinco andares do Edifício Dom Pedro II, erguido em 1943. Cada face tem dez metros quadrados, entre o 21° e 26° andares da torre.
Depois de ficar sem funcionar por aproximadamente um ano, por falta de manutenção e orçamento, o sistema voltou a marcar as horas corretas, em fase de testes, no mês passado. A notícia alegrou os admiradores mais velhos e boa parte dos mais de um milhão de trabalhadores que circulam por dia pela região e se orientam pelos gigantes ponteiros.
"A previsão é de voltar a funcionar plenamente em dois meses", diz trecho de nota da Seseg. A manutenção e reforma exigem mão de obra especializada e contam até com alpinistas. Só os ponteiros do 'senhor relógio' pesam, juntos, 452 quilos em cada lado. Os dos minutos têm 7,5 metros de comprimento e 270 quilos cada um. O das horas, 5,35 metros e 182 quilos.
Hoje, o engenheiro eletricista Célio Cairo Borges, 58 anos, é o responsável geral pela manutenção do equipamento, auxiliado pelo supervisor em sistemas Jorge Sebastião de Freitas, 60. De acordo com eles, as peças enormes do relógio não existem mais no mercado. Nem externo. Em caso de necessidade, relojoeiros têm que refazer o componente danificado, de forma manual.
"Existem coisas que podem esperar. Outras não, como o relógio da Central, que marca o tempo. E o tempo não para", comenta Célio. Assim como Jorge, ele era da antiga equipe técnica da então Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que foi responsável pelo relógio, tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Rio desde 1996.
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