Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital prendeu, na manhã desta terça-feira, um policial militar reformado, que é suspeito de estar no carro usado por criminosos no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março, no Estácio, região central do Rio. Os alvarás de prisão foram expedidos pela Vara Única de Guapimirim.
Alan de Morais Nogueira, mais conhecido como Cachorro Louco, foi preso junto com o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa por outro crime. Eles são suspeitos de participar de dois homicídios, de um PM e um ex-PM, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, no dia 25 de fevereiro do ano passado, a mando do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica.
De acordo com as investigações, o militar José Ricardo da Silva, que entrou na corporação em 2005, e o ex-PM Rodrigo Severo Gonçalves foram mortos em uma emboscada no sítio Vale das Pedrinhas, que seria de Orlando. Os corpos, no entanto, foram encontrados carbonizados em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio.
Imagens da concessionária que administra a Rodovia Rio-Teresópolis, obtidas pela Polícia Civil, mostram um Honda Civic, que seria de Alan, escoltando o carro onde estavam os dois corpos queimados, na pista sentido Rio de Janeiro. Horas depois o carro retornou para Guapimirim.
"Eles tiveram mandado de prisão temporário por causa da morte desses policiais. Eles participavam da milícia na Zona Oeste e Orlando acreditava que eles estavam tramando um golpe de estado contra ele. Então, os homens foram chamados para uma festa no sítio e lá eles foram executados", conta o delegado Willians Batista da DH.
Segundo o delegado, o caso estava parado, mas há três meses uma testemunha chave denunciou diversos crimes do grupo, incluindo as mortes de Guapimirim. Com base nos depoimentos, a especializada fez buscas e os suspeitos foram presos. Com a dupla foi apreendido 20 celulares, dez com cada um.
De acordo com Willians Batista, o delator do duplo homicídio contou que os homens estariam envolvidos na morte de Marielle Franco. "É prematuro dizer sobre a participação deles no caso. Eu não sei como eles estão envolvidos de fato. Eles ainda serão ouvidos", afirma o delegado. Alan e Luiz Cláudio foram indiciados por duplo homicídio qualificado, sem a possibilidade de defesa da vítima e por motivo torpe. Orlando de Curicica foi apontado por delator e ex-aliado como um dos autores junto com o vereador Marcello Siciliano (PHS) do plano para assassinar a vereadora Marielle Franco.
Testemunha contou detalhes do crime no sítio
Segundo o delegado, a testemunha chave do crime contou detalhes do duplo homicídio no Sítio das Pedrinhas. "O delator disse que tinha uma marca de tiro na madeira, nós chegamos lá e tinha mesmo. Ele também como os corpos estavam. Disse que o Alan tinha atirado pela frente contra um dos homens e pelas costas contra o outro. Os laudos comprovaram isso também", diz Willians Batista.
Alan tem passagens pela polícia por lesão corporal, disparo de arma de fogo e ameaça, entre os anos de 2004 e 2014. Já Luiz Cláudio tem um homicídio datado da década de 90. Entre os anos de 97 e 2016, ele tem anotações por crime militar, receptação e uso e porte de arma de uso restrito. Pelos crimes, se condenados, cada um pode pegar até 60 anos de prisão.
'Ele desconhece totalmente', diz defesa de PM reformado sobre caso Marielle
Leonardo Lopes, advogado do PM reformado Alan Nogueira, diz que o cliente nega as acusações e garante que nunca teve contato com Orlando Curicica.
“Estamos tentado ter acesso ao inquérito. O direito de defesa dele está sendo cerceado. Ele foi preso em casa, às 6h. Ele está tranquilo. O carro dele também foi trazido para cá."
Indagado sobre o caso Marielle, o defensor foi enfático: “Ele desconhece totalmente. Meu cliente não sabe nem o que está acontecendo”, limitou-se a dizer.
Já em relação às mortes em Guapimirim, Leonardo disse que Alan sempre morou em Olaria, onde foi preso, e nunca teve sítio. Sobre ser amigo de Curicica e participar da quadrilha de milicianos, o advogado diz que o PM reformado nunca participou de nada ilícito.
Alan deu baixa na PM após tomar vários tiros durante uma perseguição policial. O defensor não soube dizer quando foi e como foi essa perseguição que o cliente acabou sendo baleado. Os homens ficam na especializada até esclarecerem o caso e depois seguem para Benfica, na Zona Norte do Rio.
Orlando de Curicica é apontado como chefe da milícia em Jacarepaguá
Orlando Curicica é o vulgo do ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo, que hoje está preso no presídio federal do Rio Grande do Norte. A Polícia Civil afirma que ele é o chefe de uma das milícias mais violentas do Rio. Seu grupo, segundo os investigadores, atua no bairro de Curicica, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Além de agirem na Taquara, em Vargem Pequena e Vargem Grande, e no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes.
Nessas áreas, de acordo com a Polícia Civil, o bando explora comerciantes e moradores, cobram taxas pela venda de gás e água mineral, além do fornecimento clandestino de TV a cabo e Internet. Os milicianos do grupo de Curicica, apontam as investigações, cobram pedágio para vans e mototaxistas trabalharem nas regiões, e ainda tem total controle sobre pontos de caça-níquéis.
O ex-PM foi preso em outubro de 2017 pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas). Orlando Curicica, em 2015, teria mandado matar o presidente da escola de samba Parque de Curicica, Wagner Raphael de Souza, conhecido como Dádi. No dia do crime, o carro de Wagner foi alvejado por 12 tiros. Ele também responde a processo por organização criminosa e mais uma acusação por porte ilegal de arma.
Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital prendeu, na manhã desta terça-feira, um policial militar reformado, que é suspeito de estar no carro usado por criminosos no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março, no Estácio, região central do Rio. Os alvarás de prisão foram expedidos pela Vara Única de Guapimirim.
Alan de Morais Nogueira, mais conhecido como Cachorro Louco, foi preso junto com o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa por outro crime. Eles são suspeitos de participar de dois homicídios, de um PM e um ex-PM, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, no dia 25 de fevereiro do ano passado, a mando do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica.
De acordo com as investigações, o militar José Ricardo da Silva, que entrou na corporação em 2005, e o ex-PM Rodrigo Severo Gonçalves foram mortos em uma emboscada no sítio Vale das Pedrinhas, que seria de Orlando. Os corpos, no entanto, foram encontrados carbonizados em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio.
Imagens da concessionária que administra a Rodovia Rio-Teresópolis, obtidas pela Polícia Civil, mostram um Honda Civic, que seria de Alan, escoltando o carro onde estavam os dois corpos queimados, na pista sentido Rio de Janeiro. Horas depois o carro retornou para Guapimirim.
"Eles tiveram mandado de prisão temporário por causa da morte desses policiais. Eles participavam da milícia na Zona Oeste e Orlando acreditava que eles estavam tramando um golpe de estado contra ele. Então, os homens foram chamados para uma festa no sítio e lá eles foram executados", conta o delegado Willians Batista da DH.
Segundo o delegado, o caso estava parado, mas há três meses uma testemunha chave denunciou diversos crimes do grupo, incluindo as mortes de Guapimirim. Com base nos depoimentos, a especializada fez buscas e os suspeitos foram presos. Com a dupla foi apreendido 20 celulares, dez com cada um.
De acordo com Willians Batista, o delator do duplo homicídio contou que os homens estariam envolvidos na morte de Marielle Franco. "É prematuro dizer sobre a participação deles no caso. Eu não sei como eles estão envolvidos de fato. Eles ainda serão ouvidos", afirma o delegado. Alan e Luiz Cláudio foram indiciados por duplo homicídio qualificado, sem a possibilidade de defesa da vítima e por motivo torpe. Orlando de Curicica foi apontado por delator e ex-aliado como um dos autores junto com o vereador Marcello Siciliano (PHS) do plano para assassinar a vereadora Marielle Franco.
Testemunha contou detalhes do crime no sítio
Segundo o delegado, a testemunha chave do crime contou detalhes do duplo homicídio no Sítio das Pedrinhas. "O delator disse que tinha uma marca de tiro na madeira, nós chegamos lá e tinha mesmo. Ele também como os corpos estavam. Disse que o Alan tinha atirado pela frente contra um dos homens e pelas costas contra o outro. Os laudos comprovaram isso também", diz Willians Batista.
Alan tem passagens pela polícia por lesão corporal, disparo de arma de fogo e ameaça, entre os anos de 2004 e 2014. Já Luiz Cláudio tem um homicídio datado da década de 90. Entre os anos de 97 e 2016, ele tem anotações por crime militar, receptação e uso e porte de arma de uso restrito. Pelos crimes, se condenados, cada um pode pegar até 60 anos de prisão.
'Ele desconhece totalmente', diz defesa de PM reformado sobre caso Marielle
Leonardo Lopes, advogado do PM reformado Alan Nogueira, diz que o cliente nega as acusações e garante que nunca teve contato com Orlando Curicica.
“Estamos tentado ter acesso ao inquérito. O direito de defesa dele está sendo cerceado. Ele foi preso em casa, às 6h. Ele está tranquilo. O carro dele também foi trazido para cá."
Indagado sobre o caso Marielle, o defensor foi enfático: “Ele desconhece totalmente. Meu cliente não sabe nem o que está acontecendo”, limitou-se a dizer.
Já em relação às mortes em Guapimirim, Leonardo disse que Alan sempre morou em Olaria, onde foi preso, e nunca teve sítio. Sobre ser amigo de Curicica e participar da quadrilha de milicianos, o advogado diz que o PM reformado nunca participou de nada ilícito.
Alan deu baixa na PM após tomar vários tiros durante uma perseguição policial. O defensor não soube dizer quando foi e como foi essa perseguição que o cliente acabou sendo baleado. Os homens ficam na especializada até esclarecerem o caso e depois seguem para Benfica, na Zona Norte do Rio.
Orlando de Curicica é apontado como chefe da milícia em Jacarepaguá
Orlando Curicica é o vulgo do ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo, que hoje está preso no presídio federal do Rio Grande do Norte. A Polícia Civil afirma que ele é o chefe de uma das milícias mais violentas do Rio. Seu grupo, segundo os investigadores, atua no bairro de Curicica, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Além de agirem na Taquara, em Vargem Pequena e Vargem Grande, e no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes.
Nessas áreas, de acordo com a Polícia Civil, o bando explora comerciantes e moradores, cobram taxas pela venda de gás e água mineral, além do fornecimento clandestino de TV a cabo e Internet. Os milicianos do grupo de Curicica, apontam as investigações, cobram pedágio para vans e mototaxistas trabalharem nas regiões, e ainda tem total controle sobre pontos de caça-níquéis.
O ex-PM foi preso em outubro de 2017 pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas). Orlando Curicica, em 2015, teria mandado matar o presidente da escola de samba Parque de Curicica, Wagner Raphael de Souza, conhecido como Dádi. No dia do crime, o carro de Wagner foi alvejado por 12 tiros. Ele também responde a processo por organização criminosa e mais uma acusação por porte ilegal de arma.