Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, é advogada e se tornou ativista dos Direitos HumanosSeverino Silva
Por Agência Brasil

Rio - A prisão, na terça-feira, de dois milicianos suspeitos de envolvimento na execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes deu esperança para a família de que a justiça será feita. A mãe da parlamentar, Marinete da Silva, disse que ainda precisa de informações “mais concretas”, mas que a prisão deu a sensação de que a investigação está avançando.

“O que a gente tem que saber é o que tem de formal, o que sair do doutor Giniton [Lages, titular da Delegacia de Homicídios] e dos policiais que estão integrados nesse processo de investigação, pra gente ter uma coisa mais concreta. Mas é bom que a gente tenha alguma coisa, porque a gente estava no escuro até agora, né? Sem saber de nada do que estava acontecendo”, disse Marinete, durante lançamento do relatório da Comissão Popular da Verdade sobre a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro

A investigação do caso Marielle está sob sigilo e, segundo Marinete, a família não tem acesso a nenhuma informação. “Então pra gente é muito bom, esperamos que tenha algum tipo de resultado. Não se está acusando, estão averiguando ainda. A família não tem conhecimento, não sabe até que ponto eles têm envolvimento ou não, mas a gente quer que avancem as investigações”.

Intervenção na segurança pública

Durante o lançamento do relatório, Marinete lembrou que Marielle era contra o uso das forças armadas para resolver a segurança pública no estado. “Minha filha era extremamente contra a intervenção, estava lutando contra isso no parlamento e infelizmente foi uma vítima. A intervenção não está dando certo, é um processo degradante”.

Ela lembrou que Marielle estava enfrentando um sistema no país que mais mata defensores de direitos humanos no mundo e foi vítima disso. Apesar do receio de que o caso fique impune, Marinete disse confiar no trabalho da investigação:

“É emblemático, complicado, difícil. Tem uma ponta de receio, mas eu tenho que confiar nisso [na investigação], não posso de jeito nenhum deixar que isso aconteça de uma maneira normal, porque se faz necessário pra gente isso, pra mim como mãe, pro pai dela, pra sociedade”. 

 

 

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