Rio - O Gabinete de Intervenção Federal (GIF) divulgou, nesta quinta-feira, a lista de equipamentos que estão sendo comprados para os órgãos de segurança do estado do Rio de Janeiro. Entre as aquisições estão armas, munição e veículos. O gabinete informou que 70 processos administrativos estão abertos para as licitações.
Com valor aproximado de R$ 550 milhões, os 70 processos administrativos entram nas próximas semanas nas fases externas de licitação.
Lista
24.235 coletes balísticos
10.955 armamentos (fuzis, pistolas, espingardas)
1.132.000 unidades de munição de diferentes calibres
1.350 veículos (radiopatrulha, patamo, ônibus, transporte de presos)
46 itens de materiais para Polícia Técnica (entre eles analisador técnico de DNA, scanner tridimensional de local de crime e sistema automatizado de identificação de impressão digital)
7000 unidades de equipamento de proteção individual (capacetes, escudos, conjunto de roupa de aproximação)
190 itens de materiais para manutenção preventiva de veículos
65 itens de materiais de salvamento (pranchas de resgate e conjunto de salvamento veicular, entre outros)
268.847 peças de fardamento
- manutenção de veículos blindados e não blindados
Tiroteios aumentam 37% durante intervenção
Na última quarta-feira, a Comissão Popular da Verdade (CPV) lançou um relatório apontando o aumento da violência nas favelas e periferias depois de decretada a intervenção federal no Rio de Janeiro. O documento compila informações levantadas por aplicativos, como o Fogo Cruzado, e por entidades, como o Observatório da Intervenção.
De fevereiro a junho deste ano, os episódios de tiroteios na região metropolitana chegaram a 4.005, 37% a mais do que os cinco meses anteriores, quando foram registrados pelo aplicativo colaborativo Fogo Cruzado 2.924 eventos, e 60% a mais que no mesmo período de 2017, que teve 2.503 registros. Esses tiroteios deixaram 637 mortos e 526 feridos.
Na Baixada Fluminense, Belford Roxo registrou aumento de 161% nos tiroteios e em Mesquita subiram 168%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o número de mortos por armas de fogo aumentou 55% em Belford Roxo e 67% em Duque de Caxias, na comparação com os cinco meses anteriores à intervenção.
Foram contabilizados 28 casos de chacina no período da intervenção, com um total de 119 mortos e dez feridos. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram 2.358 vítimas de letalidade violenta no estado entre março e junho de 2018, o que representa uma redução de 2% em relação ao período anterior à intervenção e aumento de 5% na comparação com o mesmo período de 2017.
Os homicídios decorrentes de intervenção policial somaram 507 vítimas de março a junho, 9% a mais do que o período anterior à intervenção e 28% a mais que os mesmos meses de 2017. Comparando apenas o mês de junho, o aumento foi de 59,8%. O Observatório aponta ainda a diminuição de 39% na apreensão de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras de fevereiro a maio na comparação com o ano anterior.
O relatório será apresentado a órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, além de ser entregue ao ator norte-americano Danny Glover, que é embaixador das Nações Unidas para assuntos da população negra e fez uma visita em maio à Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro, em evento organizado pela CPV. De acordo com a comissão, Glover pediu os dados para denunciar os abusos a órgãos internacionais.
Com informações da Agência Brasil