Vinícius Medeiros Farah (MDB) Márcio Mercante
Por O Dia
Publicado 27/07/2018 15:08 | Atualizado 27/07/2018 22:30

Rio - O Ministério Público do Rio (MP-RJ) ajuizou, na quinta-feira, uma ação civil pública por atos de improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Três Rios, Vinícius Medeiros Farah; o ex-diretor do Colégio Municipal Walter Franklin, Adauto de Oliveira; o ex-servidor da Prefeitura de Três Rios, Juliano Bento Maia; e o Diretório Estadual do MDB-RJ. Segundo o órgão, os acusados teriam praticado abuso de poder político ao dizer que levariam alunos de uma escola municipal a um passeio cultural na cidade do Rio, quando, na verdade, eles foram levados para um comício do então candidato a governador, Luiz Fernando Pezão, em Vila Isabel, na Zona Norte. O caso aconteceu em setembro de 2014.   

O MP-RJ recebeu da 174ª promotoria de Justiça Eleitoral a representação original com os relatos dos alunos sobre o frustrado passeio, e instaurou inquérito civil a fim de apurar a denúncia. Eles relataram que o então diretor da escola, Adauto de Oliveira, anunciou que o prefeito Vinícius Farah oferecia um passeio cultural para o dia 28/09/2014, com visitas ao Forte de Copacabana e à quadra da escola de samba Vila Isabel, para atividades de dança e grafite e com direito a uma apresentação da escola de samba. No dia da viagem, já no Rio de Janeiro, o diretor Adauto, dentro do ônibus, afirmou que a visita ao Forte seria cancelada “pois estavam atrasados”. O veículo ficou estacionado, de acordo com os depoimentos dos alunos, na Praia Vermelha, no bairro da Urca, por 40 minutos sem motivo aparente ou explicação, “com a intenção de enganá-los”. Após o almoço, pago pelos alunos com recursos próprios, já no bairro de Vila Isabel, o grupo percebeu que foi levado para a quadra da escola de samba onde aconteceria um comício de Luiz Fernando Pezão, do mesmo partido político do prefeito de Três Rios.

De acordo com os relatos, ao perceberam que foram enganados, os alunos protestaram e não quiseram entrar na quadra, sendo praticamente obrigados pelo diretor. No local, Adauto teria aberto um banner do prefeito Vinícius Farah para a campanha política de Pezão e pediu para que os alunos se posicionassem para uma fotografia oficial. Ao ser questionado por um dos estudantes, o diretor da escola disse que todos só sairiam dali “depois que o Pezão e o prefeito Farah chegassem”, e ficou à porta “vigiando para que nenhum aluno deixasse o local”. Como agravante, a ação informa que na autorização assinada pelos pais ou responsáveis legais constava, apenas, a liberação para um passeio cultural, não fazendo referência a palestra ou comício com candidato ao governo estadual.

“Nada foi por acaso, e o cinismo dos demandados em aparentar uma viagem cultural demonstra que todos agiram com dolo e feriram os princípios inerentes à Administração Pública e ao Servidor Público”, relata trecho da ação. 

Em nota, Vinícius Farah disse ter 'recebido a notícia com tranquilidade'. O ex-prefeito ressaltou que já foi absolvido 'da mesma denúncia (ocorrida há quatro anos) pela Justiça Eleitoral, pela unanimidade dos votos daquela corte'. O DIA não conseguiu contato com os outros envolvidos. O espaço está aberto para manifestação.

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