Rio - A defesa do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, recorreu, na sexta-feira, a um correligionário do MDB para transferi-lo de Bangu 8: o presidente Michel Temer. O advogado Rodrigo Roca entrou com recurso hierárquico administrativo solicitando que Temer mude a decisão do interventor, general Braga Netto, que negou o pedido para deixar Cabral em uma sala do Estado-Maior da PM.
À GloboNews, a assessoria de imprensa da Presidência da República informou que Michel Temer está viajando e ainda não recebeu o pedido da defesa de Sérgio Cabral. No entanto, diz que o presidente vai manter a decisão do general Braga Netto em negar a transferência.
O recurso hierárquico considera que Braga Netto é subordinado a Michel Temer. Por isso, a solicitação foi encaminhada ao presidente.
"Ciente da dignidade dos cargos que ocupou nos últimos trinta anos de intensa vida pública - onde ganha destaque o de Governador do Estado do Rio de Janeiro (01/2007 – 04/2014) - aliada aos precedentes judiciais idênticos aos seu caso, o recorrente se apressou em requerer à Insigne autoridade impugnada que determinasse o seu recolhimento em sala de Estado Maior ou afim", justificam a defesa de Cabral no recurso.
No texto, Rodrigo Roca alegou ainda que o ex-governador está em "condição de indefeso" e compara o caso de Cabral com o do ex-presidente Lula, preso em uma sala da Polícia Federal, em Curitiba, e com o do ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, detido em um batalhão do Corpo de Bombeiros.
"Mas no sistema penitenciário do Rio de Janeiro, já foi dito, o Ex-Governador e Ex-Senador da República Sergio Cabral foi (e segue) submetido a um regime carcerário que, além de desconsiderar a sua condição de homem público que exerceu funções de altíssima importância no Governo do Estado e na República, portanto, um Alto Dignatário, acabou reduzindo-o praticamente à condição de indefeso, como se verá em capítulo próprio", argumenta a defesa.
Cabral está preso desde novembro de 2016 e foi condenado a mais de cem anos de prisão por corrupção e outros crimes. No primeiro momento, ele foi levado para Bangu 8. Depois, sob a alegação de que estava recebendo regalias, ele foi transferido para uma cadeia em Curitiba. Uma semana depois, Cabral retornou para Bangu 8, onde está preso no momento.