PM foi acionada após denúncias de confronto na regiãoWhatsApp O DIA
Por WILSON AQUINO
Publicado 30/07/2018 19:44 | Atualizado 30/07/2018 21:37

Rio - A milícia que age na Zona Oeste conta com a mão amiga de PMs. Quatro policiais militares (um segundo sargento, uma cabo e dois soldados) foram presos pela corregedoria da instituição sob a suspeita de auxiliarem o grupo de paramilitares que trava uma guerra com traficantes do Comando Vermelho (CV). O conflito pelo controle de duas comunidades da Zona Oeste (Rola e Antares) acontece desde quinta-feira passada.

Os policiais presos, todos do 27º BPM (Santa Cruz), foram fotografados junto de milicianos, na Avenida Cesário de Melo, próximo à Favela do Rola, um dos palcos da guerra. As fotos mostravam os prováveis milicianos de fuzil e touca ninja bem à vontade ao lado de PMs fardados.

"Começaram a circular em redes sociais imagens de supostos milicianos atuando entre policiais militares. Com objetivo de elucidar o acontecido foram solicitados para prestar esclarecimentos, os policiais envolvidos no fato", explicou a corregedoria, em nota.

Depois de prestarem depoimento na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, todos foram presos. Segundo a PM, as investigações contam "com integral apoio do Comando do 27º BPM (Santa Cruz)". A corporação esclareceu que as prisões são administrativas e têm prazo de 72 horas para averiguação da denúncia. "Caso haja indícios de desvio de conduta, os quatro policiais responderão administrativamente no âmbito da Polícia Militar e criminalmente na Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro (AJMERJ)."

O conflito entre traficantes do Comando Vermelho e milicianos do bando de Wellington da Silva Braga, o Ecko, é pelo controle das únicas comunidades da região que não são dominadas pela milícia: Rola e Antares. Segundo moradores, milicianos das favelas Cesarão, Aço e Três Pontes invadiram a favela do Rola (rebatizada de favela do Rodo pelos traficantes), na quinta-feira.

Os traficantes do CV se reuniram na vizinha favela de Antares e retomaram a comunidade depois de intenso tiroteio. No fim de semana, as linhas do BRT não funcionaram e, nesta segunda à tarde, foi a vez de os trens da Supervia suspenderem a circulação por causa do bangue-bangue.

Reportagem do DIA, publicada no domingo, mostrou que após a intervenção federal na Segurança Pública do Rio, decretada pelo presidente Michel Temer, em fevereiro, houve aumento de conflitos entre traficantes do Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA) e milicianos pela expansão de seus domínios.

 

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