Amigos e parentes durante o velório do adolescente Luiz Carlos de Jesus Carvalho, de 15 anos, no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu  - Rafael Nascimento / O Dia
Amigos e parentes durante o velório do adolescente Luiz Carlos de Jesus Carvalho, de 15 anos, no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu Rafael Nascimento / O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Parentes e amigos do estudante Luiz Carlos de Jesus Carvalho, de 15 anos, assassinado a pauladas e pedradas na quinta-feira, no bairro Caonze, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, fizeram um protesto na tarde deste domingo no Cemitério Municipal da cidade contra a morte do garoto. Cerca de 150 pessoas estiveram no funeral. Laudo aponta que traumatismo craniano foi a causa da morte.

"Eu deveria ter feito mais pelo meu filho. Eu sei que eu fiz tudo, mas eu poderia ter feito mais. Cada um de vocês que são pais e mães, e que tem a oportunidade agora, fale com o seu filho que o ama, cuide dele, para que amanhã ou depois vocês não sintam o que eu estou sentindo. Amem seus filhos, pois não sabemos até quando vamos ficar nesse mundo. Fale cada segundo, cada minuto. Em vez de dar bronca, ame, abrace. Eu não sei o que fazer. Só Deus para me dar força", disse, aos prantos, Jorge Luiz de Carvalho, pai do menino.

O corpo do jovem chegou ao cemitério por volta das 12h e foi enterrado às 13h. Cerca de 150 pessoas acompanharam o enterro do adolescente. Amigos e parentes pediram paz, amor e o fim da violência contra jovens. A dor, revolta e tristeza pela perda de Luiz era o que se via nos semblantes dos presentes no cemitério. Uma das mais tristes e revoltada era Mayara de Carvalho Maia, prima do adolescente. Chorando muito, ela desabafou:

"Eu não tenho palavras para explicar o que sinto. O que fizeram com o meu primo foi uma covardia. Ele era um garoto muito tranquilo, bom. Não dá para entender", afirmou.

"O que fizeram, gente? Ele nem saía para rua direito. Estamos em choque até agora, não estamos acreditando", contou Paulo Victor Silva, primo de Luiz Carlos.

A mochila e o óculos do garoto não foram encontrados

De acordo com familiares do jovem, pertences dele não foram encontrados, e o caso foi registrado como atropelamento na 52ª DP (Nova Iguaçu). No entanto, o pai da vítima, Jorge Luís Carvalho, criticou a atuação dos investigadores.

"Como pode ser atropelamento? O meu filho iria escutar a buzina do trem. Eu tenho certeza que não foi atropelamento. Existem câmeras de segurança perto do local. É só a polícia ir atrás que ela vai identificar quem fez essa covardia com o meu filho", completou.

O DIA apurou que um amigo de Luiz prestou depoimento a investigadores de 52ª DP. Nesta segunda, o delegado Luiz Claudio Cruz ouvirá os pais do garoto.

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