Vânia Lopes - reprodução / facebook
Vânia Lopesreprodução / facebook
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O corpo da costureira Vânia Silva Tibúrcio Lopes, de 36 anos será enterrado nesta quarta-feira, às 16h, no Cemitério Nossa Senhoras das Graças, no Tanque do Anil, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A mulher teve a morte confirmada, nesta terça-feira, no Hospital Moacyr do Carmo, onde estava internada em estado grave. Segundo Carlos Alberto Lopes Júnior, marido da vítima, a viatura estava seguindo o carro desde uma rua próxima a sua casa e atirou sem realizar uma abordagem. “O policial me pediu perdão várias vezes. Ele falou ‘me perdoa, me perdoa, é muita adrenalina. A gente trabalha na rua com muita adrenalina’. Eu respondi pra ele: ‘sua adrenalina foi usada na pessoa errada’”, conta o marido de Vânia.

“Ele falava ‘amigo, me perdoa, me perdoa, eu sou pai, tenho filho, eu não quero mais ficar na rua, eu não sou mal, foi uma fatalidade’. Eu respondi, ‘tudo bem, mas o seu filho vai estar com a mãe, e os meus?’”, desabafa.

A Polícia Militar emitiu uma nota sobre o caso; Através de sua assessoria, se defendeu dizendo que os policiais "estavam capacitados" e que foram induzidos a "achar que se tratava de uma tentativa de fuga" quando o carro arrancou após o marido da vítima desembarcar com a veículo engrenado.

O marido de Vânia, Carlos Alberto Lopes Júnior, contesta a versão e chama a PM de mentirosa. Segundo ele, não houve abordagem em blitz, e, além de tudo, havia uma documentação que provava que o carro não era roubado.

"Em momento nenhum os policiais pediram pra eu parar. Não tinha blitz, não teve ordem de parada. Não existe essa história de tentar fugir do local. Uma outra viatura já chegou me fechando, apontando a arma pra mim, eu coloquei a mão na cabeça, pedi calma. O carro deu um tranco porque o meu pé saiu da embreagem quando atiraram pela primeira vez. O PM tava do meu lado, não existe essa história de que eu quase atropelei um PM. Não furei blitz porque não tinha blitz. Não tentei fugir porque não recebi ordem de parada. Eles me fecharam e atiraram", esclarece.

Mesmo disparando contra a mulher no pescoço, a Polícia Militar disse que os policiais são preparados. "Vale ressaltar que os policiais que participavam da blitz cursaram recentemente Estágio de Aplicações Táticas, aprimoramento técnico ministrado pelo Comando de Operações Especiais da Polícia Militar. Portanto, estavam capacitados para cumprir missões em blitz, mesmo em condições adversas."

PM responderá por homicídio doloso, diz DHBF

De acordo com Daniel Rosa, delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o policial militar responderá por homicídio doloso (quando há intenção de matar). "Desde o início fomos ao local do fato, ao hospital e já ouvimos cinco testemunhas. Os dois policiais, o esposo e outras duas pessoas que estavam perto. Apreendi as armas de todos os envolvidos", conta. A gente quer entender como tudo aconteceu e por isso, vamos fazer uma reprodução simulada", completa o delegado.

O DIA apurou, que em depoimento, os dois policiais atiraram após interpretarem que o motorista iria fugir do local. No entanto, essa versão é desmentida pelo marido da vítima.

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