
RIO - Na reta final da Campanha de Vacinação do Ministério da Saúde contra o sarampo e a poliomelite, apenas 37% do público alvo foi imunizado no Rio. O estado é o segundo com menor cobertura vacinal no país, atrás apenas do Pará, apesar de já ter 18 casos de sarampo confirmados, sendo 15 na capital, dois em Duque de Caxias e um em Niterói.
A campanha, que vai até dia 31 de agosto e teve o Dia D no último sábado ( dia 18), tem a meta de imunizar 812 mil crianças de 1 a 5 anos no Rio. No entanto, 517 mil crianças ainda precisam ser vacinadas.
Para o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Alexandre Chieppe, a cobertura vacinal ainda pode aumentar, pois muitos pais só levam seus filhos no fim da campanha. Mas além disso, a falta de informação também contribui com os números. "É importante lembrar que todas as crianças de 1 a 5 anos devem ser vacinadas, mesmo que já tenham recebido uma dose anterior. É um reforço para uma proteção duradoura", explicou Chieppe, que acrescentou que um prorrogamento da campanha ou um novo dia D não são descartados. "Vamos analisar se será necessário". No ano passado, a cobertura vacinal contra o sarampo chegou a 95% e 86% contra a pólio.
O subsecretário admite que a imunização de doenças já erradicadas no país é um desafio. "É uma nova realidade, a cada ano os números são menores. Mas o risco dessas doenças são pequenos por conta da alta cobertura vacinal, que precisa se manter. O sarampo já foi a principal causa de mortalidade infantil no país e as sequelas da pólio eram recorrentes, as doenças batiam na nossa porta", afirmou.
Ontem, no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, Eduardo levou a pequena Giulia para tomar as duas vacinas. "A vacinação é de suma importância, principalmente para as crianças mais novas. A doença pode levar à à morte", opinou.
A fotógrafa Danielle Medeiros, 41 anos, fez o mesmo com o filho Pedro Santoro, de 1 ano e 7 meses, no posto de Santa Teresa. Ele já tinha sido vacinado no início do ano. "Sempre segui a risca a imunização com meus filhos. As vacinas são disponibilizadas, então não tem porque não tomar. As pessoas não se preocupam até que a doença chegue", disse ela, que também tem uma filha de 15 anos e outro de 21.
Para a poliomielite, as crianças que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina na vida serão vacinadas com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). As crianças que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a gotinha.
Em relação ao sarampo, todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral, independente da situação vacinal. A exceção é para as que tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias, que não necessitam de uma nova dose.
"O prazo para término da campanha está se aproximando. O esforço do país é impedir que doenças já eliminadas não retornem o Brasil", ressaltou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.