Diego Caldeira, o AlcaidaDivulgação
Por Adriano Araujo e Rafael Nascimento
Publicado 02/08/2018 09:05 | Atualizado 02/08/2018 14:24

Rio - Um dos alvos da Operação Freedom, realizada nesta quinta-feira pela Polícia Civil contra a maior milícia que atua no Estado do Rio, comandada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi expulso dos EUA ao se filiar à organização terrorista Estado Islâmico, segundo investigações. Diego Caldeira de Andrada Chaar é conhecido como Alcaida, em referência a outro grupo fundamentalista, a Al-Qaeda. Até 12h, dos 42 mandados de prisão expedidos contra a quadrilha, nove tinha sido cumpridos pelos agentes e quatro pessoas foram presas em flagrante. Doze já tinham sido presos no decorrer das investigações. 

Alcaida era responsável por cobrar comerciantes de bairros de Itaguaí onde atua a milícia ligada a Ecko e comandada pelo ex-policial militar Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Bené. Ele também fazia a segurança armada nas regiões dominadas pela quadrilha e integrava grupos de ações contra traficantes.

Chaar foi preso em maio deste ano na rodovia Rio-Santos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo autuado em flagrante na ocasião por receptação e porte ilegal de arma.  Um dos mandados de prisão desta quinta-feira foram cumpridos contra ele. 

 

Preso em Miami por ameaças em sinagoga 

Em março de 2015, Diego Chaar foi detido em Miami Beach após fazer ameaças a membros de uma sinagoga local. Segundo as vítimas, ele gritou que "cabeças seriam cortadas." A polícia foi chamada pelo rabino do espaço religioso, vítima do ataque, e uma testemunha. No mesmo ano ele foi extraditado.

A polícia registrou o incidente e ele foi liberado. Entretanto, Chaar voltou a rondar a Congregação Ohev Shalom e começou a gritar "Allahu akbar", que em árabe significa "Deus é Grande". Em uma entrevista a uma TV local, associada à "ABC News", ele negou as acusações.

"Este não é um crime de ódio. Isso não tem nada a ver com eles serem judeus. Eu só quero ajudá-los a encontrar paz dentro de si mesmos", disse, afirmando na época que tinha se convertido há três anos ao islamismo na prisão após responder por crime relacionado à drogas.

"Eu era cristão antes até me converter. Estou tentando converter essas pessoas, mas elas parecem assustadas. Elas querem ter medo. Elas querem chamar a polícia", se defendeu. "Não há provas de que eu tenha dito que cortaria a cabeça deles", falou. A alegação para gritar "Deus é Grande", segundo ele contou ao jornalista da "Local 10 News", era que "não queria que eles queimassem no inferno eterno para sempre."

Em uma página no Facebook atribuída a Chaar, ele exalta Alah e se denomina seguidor da religião Islã. "Não há deus senão Alá, e Maomé é seu mensageiro", diz uma de sua postagens na rede social.

De acordo com a polícia, a mãe do Alcaida mora nos Estados Unidos e ele viveu 15 no país, no qual tem cidadania. Há três ele foi deportado pela vinculação ao Estado Islâmico. Chaar vinha sendo monitorado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público desde o dia que desembarcou no Aeroporto do Galeão, em 2015.

Procurado, o Ministério das Relações Exteriores disse, através de sua assessoria, disse que "em atenção à Lei de Acesso à Informação e em respeito à privacidade do cidadão, não está autorizada a fornecer informações de cunho pessoal sobre o caso."

 

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