No mapa, região onde fica o cemitério clandestino da milícia de ItaguaíReprodução / Google Maps
Por O Dia
Publicado 04/08/2018 05:18 | Atualizado 04/08/2018 11:55

Rio - Policiais civis e agentes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro encontraram, nesta sexta-feira, em Itaguaí, um cemitério clandestino da milícia comandada por Wellington da Silva Braga, o Ecko. Conforme O DIA noticiou na última quinta-feira, o grupo, que tem um braço no município da Região Metropolitana do estado e atua fortemente em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital, utilizava o espaço para enterrar vítimas do bando.

Para chegar ao local, localizado a cerca de 5 km do centro de Itaguaí, às margens da Rua Presidente Castelo Branco, os agentes usaram cães farejadores do Corpo de Bombeiros. Nas buscas, foram encontradas ossadas de seis corpos de pessoas ainda não identificadas. 

A partir da identificação dos corpos será aberto um procedimento para a investigação das mortes das vítimas. Os investigadores sabem que a autoria dos crimes é da milícia que comanda a região, mas querem saber a motivação. Por isso, a identificação é tão aguardada porque, a partir dela, será possível saber quem são essas pessoas e, a partir daí, solicitar instauração de inquérito junto à 50ª Delegacia de Polícia, responsável pelo caso, para punir e identificar os culpados.

A área já tinha sido mapeada pela investigação da 50ª DP (Itaguaí) que culminou com a megaoperação, batizada de Freedom, realizada nesta semana, contra o grupo de Ecko e de alguns líderes do braço da quadrilha em Itaguaí.

Segundo a investigação, o grup atua em Itaguaí e está em expansão para a Costa Verde e Piraí. A milícia opera com bases em condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida” no bairro Chaperó, onde controlam a vida dos moradores e ditam as regras na região. Ele ainda mantém ligação com o grupo de milicianos que domina a região de Santa Cruz e Campo Grande, na Zona Oeste da capital, apontado como responsável por vários homicídios na região de Itaguaí.

De acordo com a denúncia, além de extorsões, os criminosos também exploram, com exclusividade, outras atividades lucrativas, como jogos de azar, transporte público irregular, monopólio forçado sobre a venda de água mineral em galões e de cigarros, entre outras atividades ilegais.

O policial militar Antonio Carlos de Lima, do 27º BPM, e o ex-policial militar Carlos Eduardo Benevides, expulso da corporação, estão no comando do grupo, mantendo relação de parceria com a milícia chefiada por Welligton da Silva Braga, o “Ecko”, também denunciado. Integra também a organização criminosa o sub-tenente do exército Marco Antônio Cosme Sacramento. Dentre os 42 indiciados, 20 foram presos - 11 ao longo das investigações e nove na operação desta quinta-feira.

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