Paulo Serra de Souza foi atingido por dois tirosDivulgação / Polícia Militar
Por RAFAEL NASCIMENTO
Publicado 15/08/2018 10:06 | Atualizado 15/08/2018 11:06

Rio - A Polícia Civil já sabe que foram dois homens numa moto que assassinaram com dois tiros o professor Paulo Serra de Souza, de 60 anos, terça-feira à noite, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. De acordo com a viúva e a filha da vítima, os bandidos emparelharam o veículo com o Honda City da família, na Avenida Abelardo Bueno, e um deles deu o primeiro tiro, que destruiu o vidro esquerdo do banco traseiro e acertou o motorista. Logo depois, os criminosos pararam a moto mais à frente; o garupa voltou, se aproximou e deu o segundo tiro em Paulo. A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital suspeita de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte), mas não descarta a possibilidade de execução.

"Há várias câmeras no local, e estamos fazendo diligências para identificar os autores do crime. Neste momento, latrocínio é a principal hipótese, mas também estamos investigando a possibilidade de homicídio. Vamos fazer uma pesquisa sobre a vida da vítima", disse Evaristo Fontes, delegado da DH.

Ainda segundo o policial, a família iria visitar um sobrinho no Hospital Perinatal, que fica na mesma via, quando foi abordada pelos criminosos. As testemunhas contaram que eles chegaram pelo lado do motorista atirando. Os ocupantes do carro estavam conversando e não escutaram se os criminosos deram alguma ordem de parada. Um dos tiros acertou a cabeça da vítima. No carro havia, além de Paulo, mulher, filha e neta (um bebê de colo). Só o motorista foi atingido.

De acordo com as testemunhas, os bandidos eram pardos e usaram uma arma prateada. No local foram apreendidos dois estojos de munição e um telefone celular. Ainda não se sabe a rota de fuga usada pela dupla. Paulo Serra Souza trabalhava no setor de concursos da Fundação Cesgranrio. Ele morava no Cachambi, na Zona Norte. O Corpo de Bombeiros do quartel do bairro foi acionado e informou que Paulo morreu no local.

De acordo com a Polícia Militar, o professor seguia com a família para a unidade Barra do Hospital Perinatal, que fica na mesma via. Eles iriam visitar um sobrinho, morador da região e que tinha acabado de ter um filho. O crime aconteceu na pista da direita, sentido Recreio, na altura do Shopping Metropolitano.

O local do crime foi isolado por policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) para a realização da perícia, que ficou a cargo da DH. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura (COR), a pista da Abelardo Bueno só foi liberada ao tráfego mais de três hora depois, por volta das 22h50.

O corpo do professor está no Instituto Médico-Legal (IML) de São Cristóvão, na Zona Norte.

Em nota, a Cesgranrio lamentou a morte de seu profissional. "A família Cesgranrio encontra-se consternada com a perda do querido Paulo Serra de Souza, assistente gráfico do departamento de Concursos há 15 anos, e solidariza-se com a tristeza da família neste momento tão doloroso."

Professor Serrinha

O professor era conhecido entre seus colegas e alunos como Serrinha. Nas redes sociais, vários deles lamentaram a morte trágica.

"Muito triste com a perda do nosso professor. Se hoje em dia eu faço o que faço, trabalho do jeito que eu trabalho, agradeço a ele por toda a orientação e tudo que ele ensinou. Muito triste, triste, triste triste...", desabafou uma aluna.

"Como a violência está absurda em nossa cidade. Serrinha, trabalhar com você por cinco anos foi maravilhoso e você será eterno em nossos corações", escreveu uma colega.

"Esse Rio está demais. Coitado do Paulo Serra. Que Deus conforte toda essa família! Tristeza grande. Grande perda para nós e pela Cesgranrio. Vai em paz, Serrinha", desejou uma amiga.

Homicídios no estado

De acordo com o último balanço do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgado nesta terça, o número de homicídios dolosos no Estado do Rio aumentou 9% em julho deste ano, se comparado com o mesmo período de 2017 (de 374 para 408); já o registro de roubos de veículos teve uma queda de 29% (de 4.951 para 3.518); os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) tiveram uma redução de 61% (de 23 para 9).

 

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