Talíria Petrone era vereadora de Niterói antes de se tornar deputada federalReprodução / Instagram
Por Alice Cravo*
Publicado 16/08/2018 11:32 | Atualizado 16/08/2018 20:58

Rio - Uma confusão envolvendo a atual vereadora de Niterói, e candidata à deputada federal pelo Psol, Talíria Petrone e um policial militar, ainda não identificado, assustou passageiros que faziam a travessia da barca entre Niterói e Rio na manhã desta quinta-feira. A vereadora, acompanhada de alguns militantes, fazia a travessia da estação Arariboia, em Niterói, até a Praça XV, no Centro do Rio, onde panfletaria em campanha eleitoral, autorizada a partir de hoje. 

Talíria conversou com o jornal O DIA e informou que suas companheiras de campanha foram abordadas pelo PM na porta da estação, antes de embarcar. Segundo ele, a panfletagem não poderia ser realizada porque causaria problemas.

Foto do leitor mostra momento da confusão com a vereadora e candidata Talíria Petrone na barca Rio-NiteróiWhatsapp do jornal O DIA

Já dentro da barca, a vereadora e o seu grupo pararam para uma foto com o material da campanha. Nesse momento, o policial surgiu, mais uma vez, para repreender a atitude de maneira "grosseira e violenta", segundo informou a vereadora, que alegou ter se apresentado e explicado que não estava realizando campanha, iria apenas realizar a travessia, mas que se esse fosse o caso não seria crime eleitoral. 

"A gente ia tirar apenas uma foto. Eu me apresentei, disse que não estava cometendo nenhum crime eleitoral, mas ele agiu de forma extremamente truculenta. Eu ia atravessar com o meu material para panfletar na Praça XV", disse. 

Durante o tumulto, o PM, que estava fardado, chegou a sacar a arma dentro da embarcação e a empurrar um jovem que saiu em defesa da vereadora. Ele recebeu voz de prisão e está detido na delegacia. Outros passageiros chegaram a se envolver na confusão e foram vítimas da atitude truculenta do policial. 

"Não conheço esse jovem, mas estamos todos aqui na delegacia. Ele levantou para me defender e foi empurrado pelo PM. Ele sacou a arma dentro da barca e deu voz de prisão. Uma mulher chegou a ser empurrada por ele também", disse Talíria. 

A vereadora não soube informar o motivo da presença do policial na barca, mas garantiu que não estava fazendo campanha e iria somente atravessar para a estação da Praça XV. 

"Eu não sei o que ele estava fazendo lá, mas abordou as minha companheiras na porta. Ele falou que não poderia panfletar porque daria problema. Elas falaram que iriam apenas atravessar e seguiram para a estação", declarou. 

O PM apreendeu os documentos de Talíria e danificou o seu material de campanha. Todos os envolvidos estão, neste momento, fazendo registro de ocorrência na 4ªDP (Central do Brasil).

"Vamos apresentar uma representação à CCR, vamos formalizar a ocorrência onde precisar formalizar, isso não vai ficar assim. É inadmissível um representante do estado agir dessa forma, ainda mais dentro de um transporte público. Vamos pedir acesso às câmeras internas e vamos levar isso até o fim", declarou a candidata. 

"Nenhum agente público tem o direito de fazer isso, mesmo em caso de desacato", completou.  

Uma testemunha, que não quis se identificar, conversou com o jornal O DIA sobre a ocorrência: 

"A vereadora não estava panfletando. Essa abordagem foi um absurdo e gerou um enorme tumulto nas barcas no meio da baía. Foi um horror. As pessoas começaram a querer brigar. Foi pavoroso, deu muito medo", disse uma passageira, que preferiu não se identificar.

Talíria usou as redes sociais, no final da manhã desta quinta-feira, para se manifestar sobre o ocorrido, que tratou como um abuso policial, um acontecimento grave e absurdo. 

Procurada, a PM informou que houve um tumulto nas barcas e um policial militar de serviço naquele local conduziu um grupo de pessoas para a 4ª DP (Praça da República). "Vale lembrar que, embora já seja permitida a propaganda eleitoral, o artigo 14 da Resolução 23.551, do Tribunal Superior Eleitoral, proíbe a veiculação dessa prática em transportes públicos", informou a corporação em nota. A CCR alegou não ter envolvimento com a ocorrência e optou por não se posicionar sobre o caso.

Estagiária sob supervisão de Cadu Bruno 

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