RIO - Em depoimento prestado nesta quinta-feira na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa no Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o diretor do Hospital Getúlio Vargas, Paulo Ricardo da Costa, admitiu que houve erro médico no atendimento de Irene de Jesus Bento, 54 anos. Ela morreu depois de dar entrada na unidade de saúde no dia 28 de julho.
O diretor do hospital apontou que o erro teria sido cometido pela médica que resolveu encaminhar a paciente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), apesar dos sintomas apresentados durante o atendimento. Segundo ele, o correto seria o encaminhamento de Irene de Jesus para a sala amarela, destinada a casos de gravidade moderada e urgentes.
Após a morte da paciente foram abertas duas sindicâncias. Uma pela Pró-Saúde, que administra o hospital, e outra pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). A Pró-Saúde afastou oitos funcionários. Uma enfermeira pediu demissão e dois profissionais foram demitidos, entre eles, a médica que estava com o celular. Segundo a direção, ela quebrou o protocolo de atendimento.
Além de ouvir o diretor do hospital, a Comissão de Saúde da Alerj também solicitou o resultado das duas sindicâncias realizadas após a morte da paciente. A comissão vai ainda convidar o médico que assinou o atestado de óbito para prestar esclarecimentos.
O CASO
Irene Jesus Bento foi levada para o Hospital Getúlio Vargas pelo filho, Rangel Luiz Marques, por volta das 14h de 28 de julho. Ele próprio filmou o atendimento inadequado na unidade e inclusive flagrou a médica ao celular. Com dores no corpo, sem conseguir falar e andar, a paciente tinha um caroço no pescoço. Por não ter sido considerado um caso grave, teve checada apenas a pressão arterial. Em seguida, foi encaminhada para a UPA da Penha, onde teve a primeira parada cardíaca. Em função da gravidade, ela foi reencaminhada para o hospital. Após a segunda parada cardíaca, a paciente morreu, às 22h30, no CTI.
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