A vereadora Marielle Franco foi assassinada a tiros no dia 14 de março de 2018, atentado que também matou o motorista Anderson GomesRenan Olaz / Câmara Municipal do Rio
Por Agência Brasil
Publicado 30/08/2018 05:15

Rio - Integrantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) participaram, nesta quarta-feira, de reuniões na Delegacia de Homicídios da Capital (DH) e no Ministério Público (MPRJ) sobre as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.

A presidente do CNDH, Fabiana Galera Severo, lembrou que, no dia seguinte aos assassinatos da vereadora e de seu motorista, integrantes do conselho também estiveram no Rio para encontros no MPRJ.

"Naquele momento, o Ministério Publico se posicionou de forma bastante segura da desnecessidade de federalização (do caso) e agora manteve o posicionamento, porque as investigações estão avançando. Vai ter agora uma nova fase, com uma outra promotora, com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do MPRJ), e esperamos ter uma resposta segura e célere em relação ao assassinato da vereadora Marielle e do motorista Anderson, em razão de tudo que representa", afirmou.

A promotora Eliane de Lima Pereira, assessora de Direitos Humanos e de Minorias do MPRJ, disse que a promotora Letícia Emily, que assumirá temporariamente a 23ª Promotoria de Justiça do MPRJ, no dia 1º de setembro, já começou a trabalhar no caso.

"Ela já expressou o desejo de obter auxílio do Gaeco e todas as conversas e diálogos foram feitos, ou seja, o Ministério Público não esperou que ela entrasse em exercício, para que não se perca tempo e recurso e as providências sejam as mais expressivas possível. O Gaeco é um grupo que tem expertise em investigações complexas e está muito bem aparelhado", completou.

A presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos, durante a primeira visita do CNDH no Rio sobre o casoFernando Frazão / Agência Brasil

Militares em comunidades

Sobre a intervenção federal na segurança pública do estado. A promotora Eliane informou que o diálogo do Ministério Público do Rio com o Ministério Público Federal e com o Ministério Público Militar tem sido frequente. Ela disse que o MPRJ tem se voltado a acompanhar todos os relatos de moradores sobre a atuação de militares nas comunidades.

"Eu, pessoalmente, estive com uma colega, também do Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público), em uma comunidade bastante conflagrada no Alemão, e pude constatar com os oficiais e praças do Exército, para demonstrar como isso é prioritário e tem sido tomado com seriedade pelo Ministério Público como um todo", contou, acrescentando que, até agora, não foi constatada a confirmação de arbitrariedades por parte de militares durante as operações. "Isso não quer dizer que não haja indícios".

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