Funcionários do Albert Schweitzer reduzem atendimento por falta de pagamento  - Severino Silva
Funcionários do Albert Schweitzer reduzem atendimento por falta de pagamento Severino Silva
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Desde a madrugada desta sexta-feira, funcionários do Hospital Municpal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, reduziram os atendimentos na unidade por falta de pagamento. Quem chega buscando auxílio médico é encaminhado para outros hospitais ou UPAS da região. Pacientes que já estão internados na unidade estão recebendo tratamento.

Somente pacientes classificados como vermelhos, alto risco, amarelos ou com risco de morte, avaliados pelos seguranças da unidade, estão sendo atendidos. Os que procuram por outros tipos de tratamento, como ortopedia, não estão chegando nem na recepção. É o caso de Jorge Luiz de Oliveira:

“Cheguei aqui mancando, acho que quebrei o meu pé, e não passei da recepção. Vim com o dinheiro contado e me mandaram ir pra outro hospital. Nem dinheiro eu tenho”, desabafou.

Ruth, uma idosa, também chegou na unidade hospitalar em busca de atendimento ortopédico, mas para o seu marido. “Cheguei aqui e falaram que não tem ortopedista. Mandaram levar o meu marido embora. Ele veio de Samu, e eles levaram a maca. Agora ele ta lá largado numa poltrona gritando de dor”, contou.

“Tem pessoa largada dentro do hospital há dias, muita gente reclamando que não tem nem como ir embora de tanta dor”, finalizou.

Muitos funcionários contaram para o jornal O DIA que colegas não estão indo trabalhar por falta de dinheiro para passagem. Segundo os relatos, os salários estão sendo pagos com atrasos constantemente e, até o momento, o do mês de Agosto não caiu na conta.

“É um descaso, é uma vergonha”, reclama dona Ivone dos Santos, de 72 anos, que foi até a unidade buscar atendimento para o seu marido, Valdemiro dos Santos, de 74 anos, que sofre com as sequelas de um AVC.

“Eu vim pra cá porque o Valdemiro teve um AVC há algum tempo. Ele tem que fazer um tratamento e ontem acabou passando mal e vim pra cá. Eu to tendo que amparar o meu marido e ele não tem atendimento por falta de pagamento”, contou.

“Todos os funcionários lá dentro estão reclamando da situação. É uma vergonha, um descaso muito grande com esse hospital, que é o maior da Zona Oeste, e poderia atender tantas pessoas. Aqui tem gente de Padre Miguel, Realengo. É uma vergonha”, desabafou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que " trabalha com a Secretaria Municipal de Fazenda no alinhamento do calendário de repasses. Os pagamentos são garantidos e feitos conforme a disponibilidade financeira e orçamentária". 

Além disso, a SMS esclareceu que "não há orientação para restrição ou suspensão de quaisquer serviços e a organização social gestora da unidade foi notificada de que não está autorizado o fechamento da unidade ou suspensão/restrição de serviços".

 

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