Rio - O apoio internacional envolvendo vários países em busca de ações para reconstrução e restauração do Museu Nacional deve chegar até o Parlamento Europeu. O governo da Bulgária se colocou à disposição do Brasil para fazer os encaminhamentos necessários. Além disso, a Unesco e vários governos também apresentaram propostas de ajuda. Nos próximos dias, chegará ao Rio uma missão do Centro de Estudos sobre a Preservação e Restauração de Bens Culturas (Icrom), vinculado à Unesco, para verificar o que pode ser feito em relação ao acervo do museu.
Após três dias verificando a documentação do museu, o Corpo de Bombeiros confirmou que a instituição bicentenária estava irregular em relação à segurança contra incêndio e pânico, como O DIA noticiou na edição de terça-feira. Segundo a corporação, nunca foi feito o auto de vistoria para certificar o espaço. "Não tem o Certificado de Aprovação (CA) da corporação, o que significa que está irregular. O CA atesta a conformidade das condições arquitetônicas, bem como as medidas de segurança exigidas pela legislação (extintores, caixas de incêndio, iluminação e sinalização de segurança, portas corta-fogo)", disse, em nota.
Questionado se o Corpo de Bombeiros deveria fiscalizar e, ao constatar a irregularidade, fechar o museu, a corporação disse que precisa ser "provocada" por denúncias ou pedido, o que, segundo os bombeiros, nunca aconteceu. A direção disse que, no momento, não irá se pronunciar.
"É importante ressaltar que estar em conformidade com as medidas de segurança contra incêndio e pânico é uma obrigação de todos. É de responsabilidade dos administradores dos imóveis o cumprimento da legislação vigente", acrescenta o texto.
Os museus devem cumprir uma série de exigências de segurança, como o auto de vistoria. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, Roberto Robadey, disse segunda-feira, que de 2014 até este ano não havia vistoria registrada. Os documentos não foram digitalizados e teriam que ser buscados nos arquivos.
Reestruturação no sistema anti-incêndio estava nos planos do Museu, diz a vice-diretora, Cristiana Serejo. "Extintores estavam em dia. Eram feitas vistorias nos extintores. Muita coisa esbarra na burocracia. Museus do mundo inteiro têm portas anti-incêndio, é verdade. Mas como fazer isso em um prédio tombado?".
Serejo já havia confirmado que o prédio, que acabou de completar 200 anos, não tinha brigada de incêndio, mangueiras, sprinkles ou hidrantes internos. O número mínimo de saídas de emergência, segundo a pesquisadora, também não seria respeitado por limitações técnicas, já que o imóvel era tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O diretor-executivo da National Geographic Society (NatGeo), Gary Knell, ofereceu ajuda ao Brasil na reconstrução do Museu Nacional. Durante um evento com o embaixador brasileiro em Washington, Sergio Amaral, na terça-feira, Knell disse que a NatGeo poderá ajudar com parte de seu acervo e com apoio financeiro.
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