WILSON JOSÉ WITZEL, Casado(a), Advogado, nascido	em 19/02/1968	em Jundiai-SP, candidato a Governador no Rio de Janeiro pelo PSC - Partido Social Cristão. Rj, 01 de outubro. - Marcio Mercante
WILSON JOSÉ WITZEL, Casado(a), Advogado, nascido em 19/02/1968 em Jundiai-SP, candidato a Governador no Rio de Janeiro pelo PSC - Partido Social Cristão. Rj, 01 de outubro.Marcio Mercante
Por CÁSSIO BRUNO

O ex-juiz federal Wilson Witzel, de 50 anos, é o entrevistado de hoje da série do DIA com os candidatos ao governo do Rio. Filiado ao PSC, ele afirma que, caso eleito, priorizará a geração de empregos e a segurança. Ex-fuzileiro naval, Witzel disse ser a favor da política de confronto com bandidos, mas em ações planejadas. Evitou polemizar sobre o caso do magistrado que demonstrou apoio a sua campanha e defendeu o auxílio-moradia para o Judiciário.

O DIA: Qual será a prioridade do governo, se eleito?

WILSON WITZEL: Precisamos gerar empregos. Apresentar à iniciativa privada quais as opções que o Rio oferece para atrair investimentos na indústria da transformação e na de infraestrutura. Outra prioridade será a segurança, que está em paralelo à atração de investimentos no turismo. Precisamos investigar, combater a lavagem de dinheiro e ter um sistema de monitoramento semelhante ao que existe em Londres, onde há circuito de câmeras que facilita, inclusive, a perseguição.

O senhor já declarou que pretende acabar com a Secretaria de Segurança Pública. Por que?

A secretaria é uma estrutura que acaba distanciando a Polícia Civil da Polícia Militar. Um delegado não fala com o comandante. A ideia é aproximá-las. A PM tem a P-2, que faz a investigação. A P-2 estará junto com a Polícia Civil. A secretaria é mais um órgão político que um serviço. Defendo a independência, menos burocracia e um sistema penitenciário eficiente.

Pedirá ajuda das Forças Armadas?

Criarei um conselho de Segurança Pública que vai congregar policiais federais, a agência brasileira de investigação, o Ministério Público Federal e Estadual, a Polícia Rodoviária e as Forças Armadas. O objetivo será fazer um planejamento de ações pontuais. Hoje, com o Exército nas ruas, o que se tem é uma falsa sensação de segurança. O crime organizado não foi atingido. Combateremos a lavagem de dinheiro.

Como ex-militar, é a favor da política de confronto?

Será sempre necessária. No meu governo, faremos o uso da força e vamos abater quem estiver de fuzis nas comunidades, mas com operações pensadas, elaboradas. Tudo será devidamente filmado para que a gente tenha a prova de que o nosso policial agiu contra quem estava de fuzil e causando um mal para a sociedade.

Mas podem morrer inocentes, não?

Não haverá vítimas nos confrontos porque as operações serão bem planejadas.

Marcelo Granado, relator do processo que condenou Anthony Garotinho (PRP) por formação de quadrilha, declarou apoio ao senhor nas redes sociais. Garotinho foi considerado inelegível pela Justiça Eleitoral. Como avalia a postura do magistrado?

Nunca vi esse apoio. Desconheço.

Toda a imprensa divulgou. Também está no perfil do desembargador postado na rede social.

Nunca recebi o apoio de quem quer que seja do Poder Judiciário. Se está na rede social dele, tem que perguntar para ele. Cada um responde por seus atos.

Mas é a favor de magistrados declararem voto?

Sou a favor de mudar a Constituição, que não permite atividade político-partidária de membros do Judiciário e do Ministério Público, para juízes e promotores serem candidatos sem sacrificar os seus cargos.

E apoiar candidatos?

Somente com uma mudança da Constituição. Hoje é proibido, também está sujeito a demissão.

Mas não põe em dúvida a atuação nos processos?

Em hipótese alguma. Qualquer um tem opiniões, inclusive jornalistas. Não quero acreditar que você tenha uma opinião de esquerda e eu, de direita, e que você vá dificultar a minha entrevista. Pelo contrário. Não é porque um juiz tem posição partidária que ficará suspeito de julgar. Tem que julgar com base nas leis e nas provas.

É a favor do auxílio-moradia para o Judiciário?

Sou a favor de uma remuneração justa. O auxílio está previsto na Loman (Lei Orgânica da Magistratura). É pago porque tem previsão legal e é moralmente aceitável. Estão criando uma história de que está na lei, mas não é moral. Não existe! Agora, a lei precisa ir ao Congresso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para se discutir o quanto pagar para um juiz.

Um ex-executivo da Odebretch afirmou, em depoimento à Justiça, que o Pastor Everaldo, presidente do PSC, seu partido, recebeu R$ 6 milhões de caixa dois na campanha dele à Presidência, em 2014.

O fato de (o delator) ter falado não significa nada. Até onde eu sei, a delação não gerou sequer inquérito policial. O processo exige que sejam comprovados os fatos. Há muita gente falando e não comprovando.

O que fará com o acordo de recuperação fiscal?

Vamos rever. O acordo foi mal feito, no desespero.

Mas o que fará?

Primeiro, dar credibilidade ao governador para que os investidores queiram conversar. Com os investimentos, aumenta-se a receita. A partir desse plano de negócios, pediremos o alongamento da dívida.

Por quanto tempo?

Pela minha experiência de juiz de execução fiscal, no mínimo, por cem anos.

Qual será a política para o servidor?

A partir de 2020, vou pôr a casa em ordem. Atrairemos investimentos. Os servidores poderão apresentar planos de cargos e salários.

Um dos seus projetos para a Educação é a criação de escolas públicas militares. Não há outras prioridades?

Na verdade, é transformar a escola que já existe. É dar ao jovem oportunidade para despertar a vocação. O que é o Ensino Médio? Despertar para Medicina, Engenharia, Direito... Não temos escolas que ofereçam aos alunos a carreira militar. Serão administradas pelos Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil.

Muitas escolas estão sem infraestrutura. Faltam professores.

Faremos que o professor se especialize. Podemos fazer em até seis meses. Exemplo: quem dá aula de Matemática poderá dar de Física.

Hospitais estão sucateados. Como resolver?

Primeiro, acabar com a corrupção. O custo do Hospital da Mãe, em Mesquita, assusta. Um parto lá custa R$ 10 mil. Há uma crise, com gente sendo presa. Falta gestão. Os hospitais que estiverem com obras inacabadas faremos parcerias público-privadas. Vamos suspender todos os contratos (das Organizações Sociais). Em 30 dias, daremos uma resposta de quem fica e quem sai.

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