Ato teve entrega de 1000 placas de rua com o nome da vereadora Marielle Franco - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Ato teve entrega de 1000 placas de rua com o nome da vereadora Marielle FrancoMarcio Mercante / Agencia O Dia
Por LUCAS CARDOSO E PAULO CAPPELLI

Rio - Quem observava o ato na praça da Cinelândia em meio à multidão, na tarde deste domingo, via mil objetos que simulam placas de rua entre rostos anônimos. Do alto dos prédios no Centro do Rio, era possível ler um mosaico feito pelos manifestantes com um nome que virou símbolo de luta contra a impunidade. A memória da vereadora Marielle Franco, assassinada há sete meses, esteve presente em um protesto para rebater a quebra da sinalização simbólica. Rodrigo Amorim e Daniel Silveira, do PSL, partido de Jair Bolsonaro, posaram para uma foto que viralizou nas redes sociais após rasgarem uma réplica da placa. Amorim foi eleito para o cargo de deputado estadual. Silveira será deputado federal a partir de 2019.

O manifesto, que surgiu após financiamento coletivo online proposto pelo site de humor 'Sensacionalista', foi responsável pela distribuição das placas, dando voz a gritos de 'ditadura nunca mais' e 'ele não'. O objetivo inicial era arrecadar R$ 2 mil para fazer cem placas. A meta foi atingida em 20 minutos, disseram os organizadores. A receita chegou a R$ 39.743. Mesmo com todas as placas já distribuídas, uma fila continuou até a entrada do Cine Odeon. Artistas como Juliana Alves, Leandra Leal, Emiliano D'Ávila, Alexandre Lino, Sophie Charlotte, Daniel de Oliveira, Leoni e Késia Estácio compareceram ao ato.

"É um ato bonito e que fortalece cada vez mais a história dela (Marielle). As pessoas que pensaram e tentaram apagar a memória dela não vão calar a voz da minha filha. Não vão nos calar", afirma Marinete Franco, mãe de Marielle. Ela estava acompanhada de Marcelo Freixo (Psol), eleito para o cargo de deputado federal.

Manifestacao com entrega de 1000 placas de rua com o nome da vereadora Mariele na Cinelandia. - Marcio Mercante / Agencia O Dia

Segundo o psolista, que trocará a Assembleia Legislativa pela Câmara dos Deputados, a depredação da placa foi um ato contra a democracia: "Foi uma homenagem para fazer com que a memória da Marielle não fosse esquecida. Destruir uma placa, rasgando, mostrando que se faz política com ódio, é o que a gente não precisa no Rio de Janeiro e nem no Brasil nesse momento. Depredação da democracia é matar uma vereadora eleita pelo povo. É fazer política com ódio. É não respeitar a memória de uma pessoa tão covardemente assassinada", disse.

Para evitar novos incidentes, a organização orientou a volta para casa do público. "Iremos para casa juntos. Não colem as placas e voltem para casa com elas guardadas nos envelopes", orientava Mônica Benício, viúva de Marielle.

Em nota, o candidato ao governo do PSC, Wilson Witzel, disse que 'apoia qualquer ato de livre expressão e democrático'. O ex-juiz federal estava no ato, em Petrópolis, em que uma placa com o nome da vereadora foi rasgada por políticos do PSL. Mas reiterou que lamenta o assassinato.

Manifestacao com entrega de 1000 placas de rua com o nome da vereadora Mariele na Cinelandia. - Marcio Mercante / Agencia O Dia

 

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