Pinturas marcam fases da vida do artista plástico que viveu nos Estados Unidos - Divulgação
Pinturas marcam fases da vida do artista plástico que viveu nos Estados UnidosDivulgação
Por O Dia

Rio - Desde a última sexta-feira, as paredes do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio, recebem a exposição de um dos artistas plásticos norte-americano mais famosos, o pintor Jean-Michel Basquiat. São mais de 80 telas que compõem a maior mostra do artista em apenas um local. A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada até janeiro.

Com curadoria de Pieter Tjabbes, da Art Unlimited, a mostra é uma retrospectiva de Jean-Michel Basquiat, que morreu jovem, aos 27 anos, vítima de overdose. Segundo o CCBB, a vinda desse acervo para Rio levou cerca de dois anos de negociações e envolveu uma disputa de vários países. Entre eles, Coreia do Sul, Japão e Rússia. A Brasilcap é uma das patrocinadoras da exposição através do Ourocap, título de capitalização da BB Seguros.

“A iniciativa de apresentar a maior retrospectiva do trabalho de Basquiat na América Latina, em quatro capitais brasileiras, ao longo de um ano, com ingressos gratuitos, reforça o compromisso do Banco do Brasil na formação do público para as artes visuais, no acesso à cultura e no valor da diversidade”, afirmou Alexandre Alves de Souza, diretor de Marketing do Banco do Brasil.

"A mostra retrospectiva de Basquiat no CCBB-RJ é a mais completa do artista em toda a América Latina. Ela reúne algumas obras inéditas que não foram exibidas em outras cidades. Isso nos traz uma grande satisfação e também uma enorme responsabilidade em cuidar desse acervo tão valioso, de importância histórica", disse Elena Korpusenko, gerente de Comunicação e Marketing da Brasilcap e presidente da Comissão de Comunicação da FenaCap.

A retrospectiva de Basquiat no CCBB conta com dezenas de obras sobre cada uma das três grandes fases do artista. A primeira, de 1976 a 1979, traça o seu início nas paredes do artístico bairro de Downtown Manhattan e metrô nova-iorquino, numa tag compartilhada com o amigo Al Diaz (SAMO, abreviatura da expressão Same Old Shit, ou Mesma Merda de Sempre) e que, em poucos anos, viria a revelar o artista mais adulado pelo mercado de arte de Nova Iorque. Nessa trajetória, ganham destaque os desenhos de Basquiat. Um deles, presente na exposição, é o Leverage de 1985.

Trajetória

Filho de imigrantes afro-caribenhos, o nova iorquino Jean-Michel Basquiat (1960-1988) foi, de acordo com Pieter Tjabbes, uma “personificação das transformações de sua cidade nas décadas de 1970 e 1980”. Considerada inovadora para a época, a técnica do artista plástico mesclava sobre a tela elementos como colagens, cópias reprográficas, palavras e imagens da anatomia humanas.

O curador da mostra Pieter Tjabbes, da Art Unlimited, e Elena Korpusenko, gerente de Comunicação e Marketing da Brasilcap e presidente da Comissão de Comunicação da FenaCap - Divulgação

Tudo isso atraiu a atenção de críticos, curadores e compradores da época. Basquiat tornou-se celebridade das ruas de Nova York, ganhou notoriedade nas maiores galerias do mundo e, antes mesmo de sua morte súbita, já era comparado a gênios como Picasso, Pollock e Warhol.

Segundo especialistas, Basquiat foi um dos raros artistas negros de sucesso, no contexto das artes plásticas, em um universo predominantemente branco. Em sua carreira, trouxe à tona a negritude e as vicissitudes e traumas experimentados pelos negros nos EUA. “Eu percebi que não via muitas pinturas com pessoas negras”, explicou o próprio Basquiat, fazendo um adendo depois: “o negro é o protagonista da maioria das minhas pinturas”.

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