Agentes da Corregedoria em ação para prender denunciados por crimes - Agência O Dia
Agentes da Corregedoria em ação para prender denunciados por crimesAgência O Dia
Por Bruna Fantti

Rio - Servidores que juraram combater o crime são apontados como os autores de sequestros, extorsões, assaltos, coações. Somente nesta semana, 43 policiais militares foram presos e outros sete policiais civis, entre eles dois delegados, por desvios de conduta, em diferentes pontos do estado.

Nesta quinta-feira, na Baixada Fluminense, dois delegados foram presos acusados de comandar um esquema de extorsão com outros cinco agentes. O esquema era feito dentro da delegacia de Mesquita. Já em Nova Iguaçu, 10 policiais militares foram presos acusados de serem milicianos. Na noite de quarta-feira, um soldado da PM foi detido assaltando. Os presos se somam aos 32 PMs detidos terça e quarta-feira, em Volta Redonda, que dariam cobertura a traficantes, inclusive com escoltas para o transporte de drogas e armas.

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Apesar das prisões serem resultados de diferentes investigações, as ações demonstram que há crime infiltrado nas polícias. Mas será combatido. "Até o fim da intervenção federal iremos prender mais 20 policiais, entre eles delegados. E também alcaguetes, conhecidos como X-9. Uma ação visará o cumprimento de mandados de prisões de 11 agentes. Uma segunda operação terá como objetivo a prisão de cinco e a terceira e última, a detenção de outros quatro", afirmou o corregedor da Polícia Civil, Gilson Emiliano, que lamentou o envolvimento dos agentes em crime. "Envergonha. Mas para a corregedoria traz a sensação de dever cumprido", completou.

Bonde dos Coroas

O nome da operação já apontava para os alvos: Infiltrados. Assim agiam na Polícia Civil, de acordo com o Ministério Público, os delegados Leonardo Grivot e Matheus Romanelli, esse último titular da 53ª DP (Mesquita). O grupo, que se intitulava Bonde dos Coroas, é acusado de extorsões que variavam de R$ 530 a R$ 53 mil. A quantia foi baseada no número da delegacia de Mesquita.

Além dos delegados, também foram presos os inspetores Carlos Alberto Falcão, Cosme Conceição, Leonardo Amaral e Sérgio Andrade. O agente Paulo Carvalho se apresentou na Coinpol, no Centro do Rio.

A investigação começou quando escuta telefônica revelou o sequestro e pedido de resgate do traficante Carlos Vinícius Araújo, o Orelha, que tinha mandado de prisão em aberto na época.

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Amaral, Carvalho e Andrade são acusados de invadir a casa de Orelha e o levarem à delegacia. O inspetor Amaral teria feito várias coações. Os agentes foram denunciados à Justiça por formação de quadrilha, extorsão mediante sequestro, roubo qualificado, concussão e constrangimento ilegal. "Cumpre destacar que a organização criminosa foi estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem patrimonial, mediante a prática de diversos crimes", disse a promotora Elisa Pittaro, na denúncia.

A investigação revelou que a delegacia de Nova Iguaçu foi usada para extorsões e outras negociações, como não cumprir a prisão de um contrabandista de cigarros. Cobranças de falsas fianças eram realizadas. Um dos policiais aceitou ser colaborador e fez filmagens dos colegas para os investigadores. De nome Fabrício, ele foi morto ano passado. A Delegacia de Homicídios investiga se a sua morte tem relação com a colaboração.

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