X., de 22 anos, foi agredido na noite desta sexta-feira - Arquivo Pessoal
X., de 22 anos, foi agredido na noite desta sexta-feiraArquivo Pessoal
Por O Dia

Rio - O Coletivo Negro Luiza Mahin da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) realizará, na noite desta segunda-feira, um ato contra a violência sofrida por alunos da instituição, na Praça Lauro Müller, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. No local, um estudante de História foi agredido na cabeça com uma barra de ferro por um grupo de pelo menos seis homens, enquanto fazia panfletagem, na companhia de outros universitários, para o candidato a presidência, Fernando Haddad (PT).

De acordo com relatos de estudantes no Facebook, aproximadamente 10 alunos estavam na praça com panfletos de Haddad. Um dos estudantes começou a distribuir o material e, após algum tempo, escutou gritos de "vai morrer!" e "rala daqui!". Na confusão, um dos agressores teria gritado, segundo postagens no Facebook, o nome de Jair Bolsonaro (PSL).

"De repente, os agressores vieram para cima de mim e me agrediram com socos e uma barra de ferro. Minha vista escureceu e me levaram para o Hospital Souza Aguiar", contou o estudante X., de 22 anos. O jovem foi liberado agora há pouco do hospital. Exames, segundo a direção da unidade, não detectaram nenhuma fratura, além de um grave hematoma no olho direito. "Estou com medo, pois fui ameaçado de morte", lamentou.

X. afirmou ao DIA que vai se recuperar do trauma, para então decidir se registrará queixa na Polícia Civil, o que, segundo relatos de testemunhas, teria sido "desaconselhado" por policiais militares, acionados pelas vítimas. "Os PMs disseram que era para ´deixarmos isso para lá´, pois, `além de não dar em nada´, poderia ser pior um registro (em delegacia), já que sempre passamos pelo mesmo local diariamente para estudar", diz um dos relatos.

Em nota, o Centro Acadêmico de História da Unirio (Cahuni) repudiou o ato de agressão e chamou de "tentativa de assassinato" sofrido pelos estudantes. O Cahuni informou que está tomando as medidas legais cabíveis. "Foi uma grave violação do pseudo Estado Democrático de Direito em que vivemos", declarou o centro acadêmico no texto.

 

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