Pacientes estão preocupados com a possibilidade do fim do programa - Marcio Mercante / Agência O Dia
Pacientes estão preocupados com a possibilidade do fim do programaMarcio Mercante / Agência O Dia
Por WILSON AQUINO

Rio - Gestores de algumas Clínicas da Família da cidade do Rio estão sendo convocados à prefeitura para receber uma lista dos profissionais que devem ser dispensados. A denúncia é da Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a instituição, nada menos do que 190 equipes serão cortadas, deixando sem cobertura cerca de 760 mil cariocas.

A Prefeitura do Rio, no entanto, não confirma. Em nota, informa apenas que o "estudo de reestruturação da Estratégia Saúde da Família segue em fase de conclusão e, portanto, ainda não é possível informar números". No entanto, a estrutura de Saúde da cidade maravilhosa enfrenta sérios problemas. Ontem, profissionais do Centro de Emergência Regional (CER) do Leblon, foram para a rua protestar contra os dois meses de atraso nos salários.

A prefeitura já havia anunciado a intenção de cortar 300 equipes da Clínica da Família, alegando que poderia economizar R$ 400 milhões por ano com a medida. Entretanto, especialistas contestam a eficácia do plano do prefeito Marcelo Crivella. "A economia de curto prazo pode resultar em perdas no médio e longo prazos", adverte o economista Edson Araújo, responsável pelas áreas de saúde, nutrição e população do Banco Mundial.

A ameaça da prefeitura tem deixado muitas famílias apreensivas. A dona de casa M. explica o motivo de tanta preocupação. A mãe dela, uma sexagenária portadora de Alzheimer e demência em estado avançado, recebe atendimento em casa pela equipe da Clínica da Família do bairro onde mora, na Zona Norte. "Ela não fala, não anda, só se alimenta por sonda. Ela tem que ser tratada em casa. A vez que a gente precisou correr com ela para o hospital, ficamos três horas esperando atendimento", contou, que não se identifica por temer represálias. 

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