Morro da Esperança desmorona em Niterói - Reprodução Facebook
Morro da Esperança desmorona em NiteróiReprodução Facebook
Por FRANCISCO EDSON ALVES e RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Moradores da região onde ocorreu a tragédia em Niterói nesta madrugada, temem que haja bem mais vítimas fatais entre os escombros. Só para se ter uma ideia, de acordo com eles, havia uma festa de aniversário numa das casas atingidas pelo deslizamento e que pelo menos 12 pessoas ainda estavam na localidade, no momento em que a pedra soterrou seis imóveis.

"A Defesa Civil já tinha interditado essas casas há mais de um ano, mas a prefeitura não deu nenhuma ajuda para retirar essas famílias de lá. Essa pedra era a preocupação de todos, mas ninguém saía por não ter para onde ir", afirmou o presidente da associação de moradores local, Claudio dos Santos.

Lucevânia Silva, de 46 anos, a Defesa Civil nunca teria ido ao local, depois da interdição. "O poder público nunca apareceu por aqui", criticou. Ela ressaltou que o deslizamento ocorreu por volta de 4h40. "Nao chovia muito na hora, mas o morro estava encharcado, em virtude de chuvas que caem em Niterói há quatro dias.

Desesperada, a empregada doméstica Rosemary Caetano, de 48 anos, conta que chegou a ficar soterrada, mas conseguiu sair sozinha dos escombros, salvando também o neto, que fazia 3 anos, Arthur Caetano de Carvalho.

"Mas minha outra neta, Nicole de Carvalho, de oito meses, ainda está desaparecida. Eu tinha acabado de dormir com o Arthur e de repente acordei com uma montanha de lama de escombros. Comecei a cavar sem parar e sair, arrastando o meu neto comigo para um lugar seguro", disse, chorando, Rosimere, afirmando que boa parte das 12 pessoas que festejavam o aniversário de Arthur, ainda estaria desaparecida. "O prefeito esteve aqui há um ano, interditou as casas, mas nunca mais voltou", queixou-se. 

Às 12h59 deste domingo, o Hospital Estadual Azevedo Lima confirmou a morte do aniversariante Arthur Caetano de Carvalho, que não sobreviveu.

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