Polícia investiga se morte de Miguelzinho teve motivação política - Reprodução vídeo
Polícia investiga se morte de Miguelzinho teve motivação políticaReprodução vídeo
Por O Dia

Rio - Imagens de uma câmera de segurança mostram a execução do político Miguel Angelo Steffan de Souza, conhecido como "Miguelzinho Seropédica", na manhã deste domingo. O vídeo flagra o ex-candidato a prefeito da cidade sentado conversando com outra pessoa em uma padaria no momento em que o atirador, mascarado, chega de fuzil e faz vários disparos contra Miguelzinho.

Na sequência das imagens, o político tenta correr, mas acaba caindo, baleado, entre as cadeiras da padaria, e recebe vários tiros. O fuzil chega a travar, mas o criminoso manuseia a arma e volta a fazer disparos contra Miguelzinho à queima-roupa. 

Ele é o segundo político morto em Seropédica em menos de três semanas. No dia 25 de outubro, Rafael de Siqueira Cardoso, também conhecido como "Rafael 39", de 37 anos, foi assassinado a tiros, também em uma padaria. Empresário local do ramo de extração e transporte de minerais, Rafael havia sido candidato a vereador pelo PDT em 2016, ficando como primeiro suplente de sua coligação e assumindo em seguida temporariamente a Subsecretaria de Obras de Seropédica.

Miguel era um forte opositor do atual prefeito da cidade, Anabal (PDT), e usava suas redes sociais para denunciar supostos abusos e irregularidades da gestão. Sua última postagem foi neste sábado:

"Governo contrata mas não paga! Dezenas de chefes de família estão sem levar o sustento para casa, pois o digníssimo gestor dessa zona chamada Prefeitura, não pagou aos humildes funcionários!", escreveu ele. O ex-candidato também denunciava crimes da milícia que atua em Seropédica, embora evitasse usar a palavra.

Na ocasião da morte de "Rafael 39", Miguel fez um post em suas redes sociais: "Deram fim de arquivo". No post, ele explicou que o atual governo teria feito um acordo com Rafael para que "algum candidato eleito a vereador da base do governo" fosse "nomeado a secretário, abrindo assim uma vaga e fazendo com que Rafael deixasse de ser suplente para assumir o mandato". No entanto, com o não cumprimento do acordo, Rafael acabou nomeado temporariamente como subsecretário de Obras de Seropédica e "subordinado a Pierre Alexandre (laranja do Waguinho e do Felipe)", o que o teria deixado frustrado e o motivado a deixar o cargo. De acordo com o ex-candidato a prefeito, o assassinato então teria ocorrido porque "Rafael era o arquivo vivo de inúmeras coisas erradas dentro do governo".

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