Marcelo Piloto foi expulso do Paraguai após ser acusado de assassinar Lidia Meza Burgos AFP
Por O Dia
Publicado 18/11/2018 11:53 | Atualizado 18/11/2018 14:38

Assunção - O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, esteve uma reunião com o Conselho de Segurança Interna, na manhã deste domingo, para discutir o assassinato de Lidia Meza Burgos, 18 anos, pelo narcotraficante Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, dentro do grupamento especializado da Polícia Nacional neste sábado. 

No Twitter, Mario Abdo Benítez anunciou a troca de comando na Polícia Nacional, no início da tarde deste domingo. "Tomamos a decisão de substituir o Comandante e o Subcomandante da Polícia Nacional", escreveu. 

De acordo com o jornal ABC Color, nesta segunda-feira Abdo Benítez tomará "medidas drásticas" sobre o assassinato da jovem em Assunção, capital do Paraguai. Piloto está preso no país vizinho desde dezembro do ano passado. 

Ainda segundo o jornal, o crime seria "uma medida extrema para evitar sua extradição para o Brasil". Ele, que é apontado com um dos líderes da facção Comando Vermelho (CV), é condenado pela Justiça do Rio a uma pena de 26 anos.

Já no Paraguai, ele está preso por homicídio e falsificação de documentos, mas foi aberto um processo para sua extradição, atendendo a pedido da Justiça brasileira.

A jovem assassinada por Marcelo Piloto trabalhava como cuidadora de uma idosa de 90 anos, segundo informações do pai da vítima, Francisco Meza, ao jornal La Nación. "Ela é nossa última filha, uma das mais mimadas", declarou o pai ao canal de notícias C9N.

Ao Última Hora, Francisco explicou que a filha trabalhava durante a semana e tinha os fins de semana livres. "Ela saía do trabalho e ia para casa, dormia com a mãe", disse o pai emocionado ao portal de notícias. Ele acrescentou que sua filha também recebeu muito amor dele e de sua esposa.

Segundo Meza, a filha havia voltado para o Paraguai há dois meses e havia conseguido o emprego há um mês. Ela estava na Argentina, onde a família morou por alguns anos. Ele disse desconhecer o vínculo de Lida com o narcotráfico, mas assegurou ao Última Hora que não permitirá que o crime fique impune.

Os registros anteriores mostram que esta foi a segunda visita que a jovem fez ao chefe da facção criminosa. A primeira vez foi em 17 de outubro, relatou o NoticiasPy.

O brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a jovem Lidia Meza Burgos. Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.

Juan Ernesto Villamayor, Ministro do Interior, informou a jovem foi espancada e depois recebeu mais de uma dúzia de punhaladas. O fiscal María Irene Álvarez confirmou que havia um total de 16, segundo o Última Hora.

Na última semana, Piloto havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. Um dia após a coletiva, as autoridades do Paraguai divulgaram um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai,Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto.

Na segunda-feira, a advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi executada, na segunda-feira, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

 

 

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