Luiz Fernando Pezão (MDB) sendo conduzido por policiais federais - Severino Silva/Agencia O Dia
Luiz Fernando Pezão (MDB) sendo conduzido por policiais federaisSeverino Silva/Agencia O Dia
Por Gabriel Sobreira

Rio - Mais um revés na situação do governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB). Pezão é citado em 25 bilhetes que, somados, ultrapassam R$ 2,2 milhões em propina e ainda aparece em uma transcrição de uma conversa telefônica avaliando interceder a favor de Sérgio Cabral perante à direção do presídio Bangu 8, onde o ex-governador cumpre pena.

As informações estão na petição da Procuradoria-Geral da República (PGR) que requeria a prisão preventiva de Pezão, que O DIA teve acesso. O documento teve o sigilo suspenso no final do sábado, dia 1º, pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

VALORES

Em 151 páginas, a peça reproduz bilhetes apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, funcionário e amigo de infância de Sérgio Cabral. Nos papéis foram identificadas anotações com datas e valores que fazem referências a pagamentos realizados a 'PÉ', 'PZÃO', 'Pezão', 'Big foot' e 'Pezzone') entre os anos de 2012 a 2014.

No 'Bilhete 1', 'Pé' recebeu R$ 140 mil em dezembro de 2014. No 'Bilhete 6', R$ 140 mil foram pagos a 'Pé' em março de 2014. R$ 100 mil ('Bilhete 8') para 'Big foot' em 18 de janeiro de 2012. E, em 15 de janeiro, foram pagos R$ 140 mil ('Bilhete 18') para 'Pé'. Foi assim nos bilhetes, com o valores entre R$ 140 mil, no máximo, e R$ 5.270 como mínimo. Ainda segundo o relatório, a quantia total paga foi de R$ 2.215.270.

De acordo com o requerimento, que é assinado por Raquel Dodge, Procuradora-Geral da República, Pezão "simplesmente não possui movimentação bancária de saque de dinheiro e seu patrimônio declarado apresentou decréscimo. Ora, durante anos, Pezão não tem tido a necessidade de efetivar nenhum saque em espécie, o que é indício de que ele pode ter dinheiro que se encontra à sua disposição, de forma oculta do sistema bancário oficial".

Ainda segundo o documento, Luiz Fernando Pezão "assumiu a liderança da Orcrim (organização criminosa) com a prisão de Sérgio Cabral". Em um trecho, o texto diz: "os crimes praticados por essa Orcrim tiveram continuidade na gestão subsequente, do atual governador Pezão, o qual estruturou, inclusive, outros esquemas de desvio de dinheiro dos cofres do já tão combalido Estado do Rio de Janeiro".

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