Um bombeiro do Distrito Federal foi preso em flagrante na operação - Reprodução Vídeo /  Divulgação
Um bombeiro do Distrito Federal foi preso em flagrante na operaçãoReprodução Vídeo / Divulgação
Por O Dia

Rio - A Polícia Civil do Distrito Federal realiza a operação "Fogo Amigo", que mira uma quadrilha que desviava munições de uso restrito de forças de segurança do DF. Segundo as investigações, os projéteis eram comercializados para facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro. 

São cumpridos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro cinco mandados de busca e sete de prisão temporária, com duração de 30 dias que podem ser renovadas, por se tratar de um crime hediondo. Um dos alvos é um bombeiro militar do DF que está cedido para outro órgão. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência dele. Lá a polícia encontrou munições de calibre restrito e granadas de luz e som, e o bombeiro foi autuado em flagrante.

Apenas um dos alvos segue foragido. De acordo com a corporação, os nomes dos detidos não serão divulgados. "Identificamos sete integrantes dessa organização, criminosos que são responsáveis por receptar essas munições desviadas ou furtadas, já que não sabemos com se deu esse desvio. Com posse dessas munições, eles vendiam para facções do Rio de Janeiro. O bombeiro era o centro, ele que fornecia essas munições. A gente vai apurar para saber se ele tem ligação com algum militar da ativa para saber se tem envolvimento no desvio. E se for provado (o envolvimento), vamos compartilhar essa informação com o Ministério Público Militar (MPM) para tomar as providências. Tinha também uma pessoa responsável por adulterar o veículo que transportava as munições e encaminhar para as favelas do Rio", contou o delegado Thiago Boeing, da Coordenação de Combate ao Crime Organizado.

Ainda segundo Thiago, "as investigações seguem buscando identificar como as munições foram parar em poder do bombeiro". Já a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, informou que as investigações começaram com base em duas apreensões de munições. Em uma delas, Eduardo Vinicius Brandão foi preso com 1.529 munições de fuzil no Rio, em fevereiro deste ano. Foram detectadas que elas pertenciam à Polícia Militar do DF. Os projéteis eram 1.030 de calibre 5,56 mm e 499 de 7,62 mm, e teriam vindo de Brasília para o Rio de Janeiro através de uma empresa de transporte terrestre.

A outra aconteceu em 2 de junho deste ano pela PRF na BR-040, em Caxias, onde um casal foi preso com quase 1.400 projéteis, também de grosso calibre (500 de 7.62 mm e 890 de 5.56 mm), que seguiriam para o Complexo do Alemão. O homem preso foi identificado como William Sebastião Pessoa e transportava o material em um Fiat Stilo. As munições tinham sido vendidas para o Comando do Exército e para a PMDF. 

Munições apreendidas pela PRF no Rio e investigação da Desarme, da Polícia Civil do Rio, deram início à investigação do desvio de projéteis de órgãos de segurança do Distrito Federal - Divulgação

Procuradas, a Polícia Militar do DF disse que o comando da corporação ainda não foi notificada sobre o caso e que não há, até o momento, policial militar por envolvimento com este crime. "É preciso esperar que o Comando tome ciência dos fatos", disse em nota.

"As investigações continuam no intuito de identificar os responsáveis pelo desvio das munições. Caso seja revelada a participação de algum militar, que agiu no exercício da função, as investigações serão compartilhadas com o Ministério Público Militar para apuração. Os nomes dos presos não serão revelados para não prejudicar a continuidade das investigações", diz nota da Polícia Civil.

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