Funcionário foi preso nesta quarta-feira suspeito do crime de pedofilia  - Reprodução
Funcionário foi preso nesta quarta-feira suspeito do crime de pedofilia Reprodução
Por O Dia

Rio - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, a 57ª fase da operação Lava Jato, denominada Operação Sem Limites. São alvos da atuação da PF pessoas dos estados do Paraná e o Rio de Janeiro, onde a PF espera cumprir 25 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão preventiva.

Até o momento, no Rio de Janeiro, um atual funcionário da Petrobras e dois ex-gerentes estão presos. Dois advogados também foram detidos nesta quarta-feira. De acordo com as investigações, eles lavavam dinheiro para agentes públicos.

Segundo informações divulgadas pela GloboNews, um dos mandados de busca e apreensão é contra Omar Emir Chaves Neto, diretor de uma empresa de transporte marítimo. Ele era ligado a Konstantinos Kotronakis, ex-cônsul honorário da Grécia, que chegou a ser proibido de deixar o país pelo então juiz federal Sérgio Moro por suspeita de pagar propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Ainda segundo a emissora, os policiais permaneceram cerca de uma hora no apartamento de Chaves Neto, no Rio de Janeiro (RJ). Eles apreenderam um computador, um HD externo e um celular. Jorge Oliveira Rodrigues também foi alvo de busca e apreensão no Rio de Janeiro.

A investigação

Nesta fase da investigação, identificou-se uma organização criminosa estruturada e atuante dentro da Petrobras, especialmente na área de trading, onde são feitos os negócios de compra e venda de petróleo com empresas estrangeiras. Os investigadores também identificaram irregularidades nos negócios de locação de tanques para armazenamento. Este esquema, segundo as investigações, funciona desde 2014 e possivelmente ocorre até os dias de hoje. Os investigadores acreditam que já tenha diversas ramificações internacionais. 

As operações de trading (compra e venda) de óleos combustíveis e derivados pela Petrobras eram de responsabilidade da Diretoria de Abastecimento, especificamente pela Gerência Executiva de Marketing e Comercialização. As operações não necessitavam de prévia autorização da Diretoria, o que facilitava os esquemas de corrupção, que ocorriam entre os funcionários de menor escalação vinculados à Diretoria de Abastecimentos e que exerciam suas funções tanto no Brasil quanto nos escritórios da Petrobras no exterior.

Estas mesmas operações movimentavam imensas quantias de dinheiro através de transações diárias e também pelos contrato de longo prazo. As operações eram feitas predominantemente junto a empresas estrangeiras.

Segundo a PF, a própria Petrobras mantém escritórios e funcionários no exterior para atuação na área de trading (compra e venda), facilitando, por parte dos agentes públicos e privados envolvidos, o recebimento e divisão de propinas em contas no exterior.

Sem Limites

Ao todo, 190 policiais federais cumprem um total de 37 ordens judiciais, sendo 26 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de prisão preventiva e 06 intimações para prestar depoimentos ainda nesta quarta-feira. Além disso, foram expedidas ordens de sequestros de imóveis, a indisponibilidades de contas bancárias de investigados, bem como o bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento.

A investigação recebeu o nome de Operação sem Limites devido a ausência de limites legais para as operações comerciais realizadas, busca desenfreada e permanente por ganhos de todos os envolvidos, resultado sempre na depredação do patrimônio público, e ao fato do esquema de corrupção acontecer em diversos locais do Brasil e de países no exterior.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, organização criminosa, crimes financeiros e de lavagem de dinheiro. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal onde permanecerão à disposição do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.

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