Agentes da PF foram ao apartamento do tucano em Ipanema
 - Severino Silva
Agentes da PF foram ao apartamento do tucano em Ipanema Severino Silva
Por O Dia

Rio - O apartamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), em Ipanema, na Zona Sul do Rio foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira. A 'Operação Ross' também cumpriu mandados de busca e apreensão em outros imóveis em Minas Gerais ligados ao político, eleito deputado federal este ano. Também são cumpridos mandados em endereços de seus aliados na política e de sua irmã, Andrea Neves, que chegou a ser presa em 2017, além da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ). As decisões judiciais se baseiam em delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F. 

De acordo com informações, com base nos depoimentos dos executivos, somente Aécio Neves recebeu cerca de R$ 110 milhões em propina, entre os anos de 2004 e 2017. Com o aparato do dinheiro ilícito, o tucano comprou o apoio do Solidariedade por R$ 15 milhões. O presidente do partido, Paulinho da Força, é alvo da operação e a PF cumpre um mandado de busca e apreensão contra ele.

Ao todo, são 27 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos. Os valores foram repassados através de caixa 2 e emissão de notas frias emitidas por empresários, que também são alvos da operação. As vantagens teriam sido pedidas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos, inclusive para a campanha presidencial de 2014. A ação desta terça-feira é um desdobramento da Operação Patmos, de maio de 2017.

Aécio Neves - AFP/Sergio LIMA

Os cerca de 200 agentes cumprem mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e Distrito Federal.

Os outros alvos são os senadores Agripino Maia (DEM-RN),  Antonio Anastasia (PSDB-MG), além do deputado federal Benito da Gama (PTB-BA). A operação faz parte do inquérito 4519, que tem como relator no Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro Marco Aurélio Mello, os mandados judiciais foram expedidas pela Corte. São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Batizada de Ross, a operação faz referência à maior plataforma de gelo do mundo localizada por sua expedição à Antártida, numa alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.

 

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