Rio - Um dia após ser alvo de seis mandados de busca e apreensão e prestar depoimento à Polícia Civil, o vereador Marcelo Siciliano (PHS) pediu, em entrevista coletiva neste sábado, a federalização da investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. O caso completou nove meses sem respostas na sexta-feira. "Eu peço que a Anistia Internacional entre nisso e não permita que eu seja bode expiatório deste caso", disse.
"Eu peço, imploro a federalização desse caso. Que a Anistia Internacional entre, que os direitos humanos entrem. Mataram uma vereadora e estão me matando junto. Estão querendo matar outro vereador com o mesmo tiro que mataram a Marielle", disse o parlamentar.
O parlamentar voltou a negar envolvimento com o crime e se disse alvo de uma mentira. Ele foi apontado por uma testemunha em maio como mandante do crime junto com o miliciano preso Orlando de Curicica.
"Não sei porque quiseram me botar pra Cristo. Estão querendo me matar, é isso que estão querendo fazer comigo. Estão querendo me jogar numa jaula para justificar uma mentira. Para justificar o que não tem o que fazer, o que falar ou não querem falar. Isso já não é problema meu, tem que ser investigado. Ninguém mais do que eu, quer a transparência disso”, acrescentou.
Na sexta-feira, o vereador foi alvo mandados de busca e apreensão em seis endereços ligados ao parlamentar na manhã de sexta-feira. Ele foi à Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio, acompanhado de dois advogados e prestou depoimento por mais de quatro horas na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). A demora aconteceu, pois o parlamentar não queria entregar o celular à polícia. A mulher de Siciliano, Verônica Barbosa Garrido, também prestou depoimento por quase quatro horas, deixando o local sem falar com a imprensa.