Policiais são acusados da morte de dois homens dentro de bar em PetrópolisReprodução TV Globo
Por O Dia
Publicado 17/12/2018 11:39 | Atualizado 17/12/2018 12:40

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou e pediu a prisão preventiva de dois policiais militares por um duplo homicídio qualificado e uma dupla tentativa de homicídio qualificado ocorrido dentro de um bar em Fazenda Inglesa, em Petrópolis, na Região Serrana, em março deste ano. Segundo a promotoria de Justiça de Investigação Penal da cidade, os PMs, do 22º BPM (Maré), abandonaram o posto em que trabalham, na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), em Bonsucesso, subiram a serra e atacaram as vítimas a tiros. Outros dois foram baleados e sobreviveram. Os militares foram presos em 19 de outubro.

Segundo a denúncia, no dia 2 de março, entre 22h e 23h30, os policiais Leonardo Fontes Neves e Max Rodrigues da Silva invadiram o bar em que estavam as quatro vítimas, entre elas Maicon Lucas Vieira de Santa Rosa e Bruno dos Santos. Eles estavam sentados em uma mesa e foram atacados a tiros. Maicon e Bruno morreram no local.

Os outros dois baleados foram levados para o hospital e sobreviveram, tendo testemunhado contra os denunciados. Em depoimento, eles disseram que as vítimas eram envolvidas com o tráfico de drogas na cidade. O aumento do tráfico na região, onde mora o PM Max, teria motivado o crime. As investigações do homicídio prosseguem e apontam, também, para a participação de pelo menos mais um suspeito, ainda não identificado, que estaria do lado de fora do bar e na direção do carro de Leonardo para ajudar na fuga.

De acordo com o documento da denúncia do MP, Leonardo e Max são lotados na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, e deveriam estar de plantão na unidade. O MP relata que ambos se ausentaram por mais de duas horas da CPP, tempo suficiente para irem ao município da Região Serrana. A participação de ambos no crime foi comprovada através das imagens das câmeras de vídeo do bar e das praças de pedágio da concessionária Concer, que opera na BR-040, via de ligação entre Rio e Petrópolis, pelos laudos das pistolas de ambos e pelas interceptações telefônicas em que os denunciados tratavam do fato.

O MP informou que Leonardo possui diversas anotações criminais, entre elas uma por tentativa de homicídio em 2015, "o que demonstra sua inclinação para trilhar a senda criminosa", diz a denúncia. A Promotoria de Investigação Penal também requer a prisão preventiva dos denunciados por entender que a liberdade dos policiais, em razão da periculosidade, ameaça não só a ordem pública, mas às famílias das vítimas e das testemunhas, além do risco de ambos escaparem do processo. Leonardo e Max foram denunciados de acordo com os artigos 121 e 14 do Código Penal, com penas previstas de 6 a 20 anos de prisão.

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