Condenado por agressão, Davi não podia trabalhar como segurança - Reprodução do Facebook
Condenado por agressão, Davi não podia trabalhar como segurançaReprodução do Facebook
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio, 32 anos, que chegou a ser preso acusado de matar o jovem Pedro Henrique Oliveira Gonzaga, 19, na última quinta-feira, no Extra da Barra da Tijuca, será indiciado por homicídio doloso — quando há intensão de matar. Além dele, todos os outros vigilantes — ao menos três que estavam no local — também responderão por omissão de socorro. A decisão é da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital. Nesta terça-feira, a mãe do rapaz, que estava presente no supermercado, será ouvida pela especializada, assim como os seguranças.

Para os investigadores da DH, Amâncio teria assumido o risco de matar quando imobilizou Pedro com um 'mata-leão'. Ao menos cinco câmeras de segurança estão sendo analisadas e poderão comprovar que o rapaz não teria tentado retirar a arma do segurança. Os outros vigilantes poderão responder por terem se omitido e deixado Amâncio usar força excessiva contra a vítima. Caso a especializada chegue a essa conclusão, eles poderão responder até por homicídio doloso.  

"Eles eram os garantidores daquela vida e das outras do hipermercado. Os vigilantes deveriam ter agido de forma adversa para evitar aquela morte, que não poderia ter ocorrido daquela maneira. Estamos analisando as imagens para confrontar as versões apresentadas (principalmente pelo segurança)", disse o delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).

A Polícia Civil também já recebeu o laudo do IML sobre a morte de Pedro Henrique. Peritos revelaram que o rapaz morreu por asfixia causada por estrangulamento. A investigação também já sabe que o rapaz chegou vivo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Barra. Ele recebeu os primeiros socorros, mas morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias.

'O que ele fez foi uma barbárie'

O advogado Marcelo Ramalho, do escritório Bergher e Mattos, que defende a família de Pedro Henrique, disse que está tomando conhecimento do inquérito para auxiliar a Polícia Civil para que haja a mudança na tipificação do caso. "Entendemos que ele teve a intenção de matar, pois assumiu o risco", disse Ramalho. "Ele não podia ter utilizado aquela técnica de imobilização para ceifar a vida de um inocente. O que ele fez foi uma barbárie", completou.

Já o defensor da empresa Groupe Protection, André França Barreto, contou que Davi foi afastado da empresa, temporariamente, até que os fatos sejam apurados. "Estamos fornecendo todas as informações à polícia", contou.

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