Chegando na Delegacia de Homicídio (DH) na Barra da Tijuca, Dinalva Oliveira, mãe de Pedro Henrique Gonzaga, morto pelo segurança do Supermercado Extra, acompanhada do advogado Marcello Ramalho
(terno) e marido Oswaldo Filho. Foto: Severino Silva/Agência O Dia - Severino Silva/Agência O Dia
Chegando na Delegacia de Homicídio (DH) na Barra da Tijuca, Dinalva Oliveira, mãe de Pedro Henrique Gonzaga, morto pelo segurança do Supermercado Extra, acompanhada do advogado Marcello Ramalho (terno) e marido Oswaldo Filho. Foto: Severino Silva/Agência O DiaSeverino Silva/Agência O Dia
Por O Dia

Rio - O advogado de Dinalva Oliveira, mãe de Pedro Henrique Oliveira Gonzaga, 19 anos, afirmou nesta terça-feira que "confia no trabalho da polícia" e espera que a tipificação do crime seja mudada para homicídio doloso (quando há intenção de matar). Segundo Marcelo Ramalho, Dinalva contou a agentes da Delegacia de Homicídios (DH) como presenciou a morte do filho no hipermercado Extra, na Barra da Tijuca. "São delegados competentes, que certamente vão desnaturar a conduta para homicídio doloso. Ela sintetizou como os fatos ocorreram. Evidentemente foi uma ação para ceifar a vida do filho dela. Uma das coisas que ela disse, foi: 'Ele assassinou me filho'. Essa história de ele tentar pegar a arma não existiu. Nada justifica a ação do segurança. Aquilo não foi técnica de imobilização, foi de execução. Ele apenas saiu correndo e o segurança o imobilizou. Ela disse que era a mãe do Pedro e o segurança não acreditou. Estamos confiando na Polícia Civil", afirmou. No início da tarde, a mulher chegou à DH emocionada e não falou com a imprensa.

"Foi um exagero com dolo. A vítima estava desacordada, em processo de desfalecimento. Certamente os outros seguranças devem ser responsabilizados, pois deveriam ter agido para impedir a ilegalidade do colega. 

Mais cedo, a delegada Cristiane Carvalho contou ao DIA que vai ouvir todas as oito pessoas — entre os envolvidos e testemunhas — novamente. O objetivo é confrontar as informações repassadas à DH até agora.

O DIA apurou que a situação de Davi Ricardo Moreira Amâncio, 32 anos, deverá se complicar após o Instituto Médico Legal (IML) divulgar que Pedro Henrique foi morto por asfixia. "A tipificação do crime deverá mudar porque asfixia é uma qualificadora para o homicídio doloso qualificado", disse um investigador.

A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito e remeter ao Ministério Publico do Rio de Janeiro. Entretanto, a reportagem apurou que o material deverá ser entregue ao MPRJ já nos próximos dias.

Uma testemunha da morte de Pedro Henrique prestou depoimento à polícia hoje. Ela disse que avisou ao segurança repetidamente que o rapaz estava morrendo, mas o vigia ignorou dizendo que ele que "estava no comando": "Ela é categórica ao dizer que avisou repetidas vezes, pedindo para parar porque o ele (Pedro) estava morrendo e o segurança ignorou. Ele entendeu a mensagem e assumiu o risco de matar o rapaz", disse o delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).

Entre as outras sete pessoas ouvidas nesta terça estão os PMs que atenderam a ocorrência, outros seguranças que estavam no momento da confusão e funcionários do estabelecimento. 

 

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