Prefeito Marcelo Crivella acompanha de perto os estragos provocados pela chuvaDivulgação / Centro de Operações Rio
Por O Dia
Publicado 07/02/2019 08:46 | Atualizado 07/02/2019 09:42

Rio - O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, pediu que as pessoas que moram em áreas de risco saiam de casa e procurem abrigos. "Recomendação é de que as pessoas que estão em lugares reconhecidamente inseguros, não fiquem lá. O solo está encharcado e pode haver quedas de árvores e também deslizamentos", explicou em entrevista à TV Globo. O prefeito também pediu que as pessoas que precisem se deslocar pela cidade, optem por transporte coletivo e que aqueles que puderem, fiquem em casa, em local seguro. 

A cidade do Rio está em estágio de crise, desde 22h15 de quarta-feira. Pelo menos cinco pessoas morreram por causa do temporal, segundo o prefeito. O estágio é o último de uma escala de três níveis da prefeitura para medir a intensidade das chuvas. Há previsão de chuvas moderadas e fracas para as próximas horas.

A prefeitura confirmou que os bombeiros resgataram o corpo de uma mulher de dentro de um ônibus atingido por uma árvore na Avenida Niemeyer, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, na manhã desta quinta-feira. O prefeito acompanha os trabalhos das equipes no local. O motorista, que conseguiu sair das ferragens, informou que havia duas pessoas no coletivo. O homem, que sofre com pressão alta, foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto para receber atendimento. Após o resgate do corpo da mulher, que não teve a identidade divulgada pela prefeitura, os agentes procuram por um segunda vítima. Outro coletivo sofreu com o deslizamento de terra. 

"O motorista conseguiu se esgueirar para fora das ferragens, mas não soube nos informar o estado delas (as pessoas que permanecem nos ônibus). A melhor hipótese é que estejam deitadas no piso do ônibus. Os bombeiros já entraram (no veículo), mas não conseguiram acesso", disse Crivella .

O secretário da Casa Civil, Paulo Messina, acrescentou que um dos coletivos foi atingido por uma árvore de 20 metros. A CET-Rio mobilizou dois reboques para retirar o veículo do local. Equipes da Comlurb foram chamadas para cortar a árvore. "Ela esmagou o ônibus de uma forma que o teto está junto com o assoalho. É impossível os bombeiros terem acesso à parte da frente o ônibus", disse o secretário. 

O prefeito disse que os dois temporais que atingiram o Rio na noite desta quarta-feira, que deixaram ao menos três mortos, um na Rocinha e dois em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste, pegaram os meteorologistas de surpresa.

Trecho de Ciclovia Tim Maia desaba

Um trecho da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer desabou após o temporal. O impacto de um deslizamento de terra provocou a queda de parte da estrutura. Um ônibus que atravessava a via acabou lançado em direção à ciclovia. Mas, de acordo com a CET-Rio, o impacto decisivo foi o deslizamento. Mais cedo, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, classificou a queda de parte da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, como "inesperada".

"Antes, uma onda veio de baixo para cima e ela caiu. Depois, foram feitos todos os testes. Ninguém esperava que viesse um ônibus, se chocasse nela e a lançasse no mar", disse. Em abril de 2016, a ressaca do mar de São Conrado derrubou parte da estrutura três meses depois da inauguração, matando dois homens de 53 e 45 anos. Outras três pessoas ficaram feridas. Em fevereiro de 2018, houve o desabamento de um outro trecho após um forte temporal. A obra foi realizada pelo Consórcio Contemat-Concrejato para ligar o Leblon a São Conrado e custou R$ 45 milhões. 

O Centro de Operações Rio (COR) recomenda que as pessoas evitem trafegar por vias alagadas ou com outros tipos de interdição. A Avenida Niemeyer está interditada nos dois sentidos, sem previsão de reabertura. A alternativa é o túnel Zuzu Angel. Há pontos de alagamento nas Zona Sul e na Barra.

A última vez que a cidade entrou em estágio de crise foi em fevereiro de 2018, na ocasião quatro pessoas morreram e mais de 350 famílias, cerca de duas mil pessoas, precisaram deixar suas casas.

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