Rio - Por causa dos deslizamentos de terras que atingiram a Avenida Niemeyer, muitos moradores do Morro do Vidigal ainda não conseguiram chegar em casa, desde o temporal que caiu na cidade na noite desta quarta-feira. A comunidade está isolada, principalmente por causa dos trabalhos para a retirada do ônibus que foi atingido por uma árvore de grande porte que caiu da encosta da região. É o caso da recepcionista Belite Batista Penedo, de 28 anos. 

A moradora está desde às 22h de ontem na rua, impedida de chegar em casa na comunidade da Zona Sul do Rio. "Peguei um ônibus em Botafogo e a água chegou ao meu joelho. Fui até a Gávea e fiquei desesperada porque não passava mais nenhum transporte para eu chegar em casa", relata.

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Belite andou da Gávea até São Conrado, pelo Túnel Zuzu Angel, para tentar chegar ao Vidigal. Foram cerca de 4 km a pé debaixo de muita chuva, já que o temporal durou até por volta de 23h30.

"Quando cheguei em São Conrado, não consegui subir porque a barreira já tinha desabado", conta, sobre o deslizamento que atingiu um ônibus da viação Jabour na Avenida Niemeyer.

Pessoas se arriscando

Até o fim da manhã desta quinta, a recepcionista tentava chegar em casa, sem sucesso. Ela estava em uma das barreiras montadas pela prefeitura, onde a professora Mônica Faustino, de 54 anos, também aguardava autorização para seguir.

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A professora trabalha em uma creche no Vidigal e, sem saber se o local estava aberto, não estava nem conseguindo avisar aos colegas que estava impedida de entrar na comunidade. "Algumas pessoas estão se arriscando e andando pelas pedras que têm atrás do (Hotel) Sheraton para chegar a uma escada que dá acesso ao Vidigal", avisa.

Mônica conta que a alternativa usada é muito arriscada porque o mar está muito agitado. "Eu não vou me arriscar", deixa claro.

Estágio de Crise

A região do Vidigal foi uma das mais atingidas pelas chuvas que caíram no Rio na última noite. Por causa do temporal, a cidade entrou em Estágio de Crise às 22h15.

De acordo com o Alerta Rio, nas últimas 24 horas, o Vidigal registrou 162,2 mm de chuvas. Foi umas das áreas onde mais choveu, perdendo apenas para a Rocinha (165,6 mm).