Casa de Alaíde da Paz, que foi danificada pela chuva em Barra de GuaratibaEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por *Felipe Rebouças e Caio Cardoso
Publicado 08/02/2019 23:19 | Atualizado 09/02/2019 15:59

Rio - Morreu, na noite desta sexta-feira, Áureo Ribeiro da Paz, vítima de um deslizamento de terra em Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio, por conta do forte temporal que caiu na cidade nesta quarta-feira. Na ocasião, a mulher e um dos filhos de Áureo, morreram soterrados na casa em que vivia a família. O outro filho do casal, Arthur Martins da Paz, passou por uma cirurgia na manhã deste sábado e permanece internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, de acordo com parentes. Alaíde da Paz, irmã de Áureo, conversou com O DIA. "Ele estava lutando pela vida e infelizmente não resistiu aos ferimentos", disse. O enterro será neste domingo, no Cemitério de Guaratiba, ainda sem horário confirmado. 

Segundo Lia Silvana, sobrinha de Áureo que está cuidando das documentações para o sepultamento, os familiares ainda não assimilaram a tragédia. "Estamos envolvidos nas partes burocráticas, estamos agindo porque temos que agir nesse momento. Ainda não tivemos tempo de assimilar o que realmente aconteceu", contou ela. 

 

Filho e esposa de Áureo, Mauro Martins da Paz, de 33 anos, e Isabel Martins da Paz, de 56, foram sepultados no Jardim da Saudade, em Paciência, na mesma região, na quinta. O funeral e o transporte das mais de 100 pessoas que compareceram ao cemitério foi custeado pela Prefeitura do Rio.

No enterro, Yuri Carlos Alves da Paz, primo de Mauro, afirmou que resgate dos outros foi um milagre. "Dois amigos me ajudaram a socorrer o Arthur e, com a graça de Deus, ele foi resgatado com vida. O Mauro era um cara muito alegre, sempre de bem com a vida, assim como a Isabel. A falta que eles vão deixar na família é sem tamanho", lembra.

Adriana Alves da Paz, também prima de Mauro, conta que nunca poderia esperar "uma tragédia como essa". "Eles foram nascidos e criados na Barra de Guaratiba, meu avô que construiu aquela casa pra eles, lá já choveu várias vezes, não sei como dessa vez aconteceu isso, é inexplicável. E se o prejuízo fosse só de bem material, seria menos mal. Mas perdemos eles, isso é irreparável", desabafa.

Além de mãe e filho, outras quatro pessoas morreram durante a tempestade no Rio. A terceira morte aconteceu na Rocinha e a quarta no Vidigal, após o desabamento de um muro. A quinta e sexta vítimas fatais foram passageiros de um ônibus que foi atingido por um deslizamento na Avenida Niemeyer, em São Conrado. Por causa das mortes, a prefeitura decretou luto oficial de três dias na cidade, que está em Estágio de Crise há mais de 40 horas.

Homenagens nas redes sociais

Parentes e amigos de Isabel e Mauro prestaram homenagens e lamentaram nas redes sociais. "Me desculpe por não conseguir chegar a tempo. Só eu sei o que sinto nesse momento", declarou um parente. "Vou sempre lembrar de você e seu filhão com esse sorriso. Descansem em paz", escreveu uma amiga. "Família Paz, em luto", comentou outra.

Intensidade

A chuva que caiu na cidade começou por volta das 20h, quando o município entrou em Estágio de Atenção, e atingiu principalmente as zonas Oeste e Sul. As sirenes da Rocinha e do Sítio Pai João, no Itanhangá, foram acionadas. O temporal castigou a cidade até as 23h30.

*Estagiários sob supervisão de Thiago Antunes

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